Antonio Quaresma de Melo Neto, Elton Filipe Pinheiro de Oliveira, Karoline de Macêdo Gonçalves Frota, Malvina Thais Pacheco Rodrigues, Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas
{"title":"Quedas de idosos e fatores associados: estudo de base populacional no nordeste do Brasil","authors":"Antonio Quaresma de Melo Neto, Elton Filipe Pinheiro de Oliveira, Karoline de Macêdo Gonçalves Frota, Malvina Thais Pacheco Rodrigues, Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas","doi":"10.22278/2318-2660.2023.v47.n3.a3815","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A ocorrência de quedas de idosos aumenta após a sexta década de vida. Esses agravos constituem um importante fator causal de dependência e morbimortalidade entre essa população, sendo considerado um importante problema de saúde pública. O artigo objetiva analisar a prevalência e os fatores associados a quedas de idosos. Realizou-se estudo transversal, domiciliar, de base populacional, com amostra por conglomerados em dois estágios, incluindo 218 idosos (≥ 60 anos). Empregou-se o teste qui-quadrado para verificar a existência de associações estatísticas. Realizou-se análise de regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência (RP) bruta e ajustada. Os participantes eram, em sua maioria, do sexo feminino (66%), tinham entre zero e sete anos de estudo (64,4%), renda familiar inferior ou igual a dois salários mínimos (54,8%), eram insuficientemente ativos (53,7%), tinham comorbidades (80,7%) e faziam uso de três ou mais medicamentos (64,8%). A prevalência de quedas foi de 44,5%, sendo mais frequente nas mulheres (52,8%). Tal ocorrência foi associada estatisticamente com o sexo feminino (RPa: 189; IC95%: 1,38-2,57; p = 0,001), ter entre zero e sete anos de estudos (RPa: 1,48; IC95%: 1,01-2,20; p = 0,04), tabagismo (RPa: 1,40; IC95%: 1,09-1,80; p = 0,009), dependência para realizar atividades diárias (RPa: 1,72; IC95%: 1,24-2,40; p = 0,002), doença mental (RPa: 1,82; IC95%: 1,19-2,78; p = 0,007), depressão (RPa: 1,56; IC95%: 1,01-2,43; p = 0,04), uso de antidepressivos (RPa: 2,14; IC95%: 1,03-4,45; p = 0,04) e antiparkinsonianos (RPa: 2,29; IC95%: 1,01-5,21; p = 0,04). O uso de antiosteoporóticos mostrou-se protetor para a ocorrência de quedas (RPa: 0,37; IC95%: 0,15-0,90; p = 0,03). A prevalência de quedas foi elevada e esteve associada ao sexo feminino, à baixa escolaridade, ao tabagismo, a doenças mentais e ao uso de medicamentos para o sistema nervoso central.","PeriodicalId":496878,"journal":{"name":"Revista Baiana de Saúde Pública","volume":"5 5","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Baiana de Saúde Pública","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22278/2318-2660.2023.v47.n3.a3815","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A ocorrência de quedas de idosos aumenta após a sexta década de vida. Esses agravos constituem um importante fator causal de dependência e morbimortalidade entre essa população, sendo considerado um importante problema de saúde pública. O artigo objetiva analisar a prevalência e os fatores associados a quedas de idosos. Realizou-se estudo transversal, domiciliar, de base populacional, com amostra por conglomerados em dois estágios, incluindo 218 idosos (≥ 60 anos). Empregou-se o teste qui-quadrado para verificar a existência de associações estatísticas. Realizou-se análise de regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência (RP) bruta e ajustada. Os participantes eram, em sua maioria, do sexo feminino (66%), tinham entre zero e sete anos de estudo (64,4%), renda familiar inferior ou igual a dois salários mínimos (54,8%), eram insuficientemente ativos (53,7%), tinham comorbidades (80,7%) e faziam uso de três ou mais medicamentos (64,8%). A prevalência de quedas foi de 44,5%, sendo mais frequente nas mulheres (52,8%). Tal ocorrência foi associada estatisticamente com o sexo feminino (RPa: 189; IC95%: 1,38-2,57; p = 0,001), ter entre zero e sete anos de estudos (RPa: 1,48; IC95%: 1,01-2,20; p = 0,04), tabagismo (RPa: 1,40; IC95%: 1,09-1,80; p = 0,009), dependência para realizar atividades diárias (RPa: 1,72; IC95%: 1,24-2,40; p = 0,002), doença mental (RPa: 1,82; IC95%: 1,19-2,78; p = 0,007), depressão (RPa: 1,56; IC95%: 1,01-2,43; p = 0,04), uso de antidepressivos (RPa: 2,14; IC95%: 1,03-4,45; p = 0,04) e antiparkinsonianos (RPa: 2,29; IC95%: 1,01-5,21; p = 0,04). O uso de antiosteoporóticos mostrou-se protetor para a ocorrência de quedas (RPa: 0,37; IC95%: 0,15-0,90; p = 0,03). A prevalência de quedas foi elevada e esteve associada ao sexo feminino, à baixa escolaridade, ao tabagismo, a doenças mentais e ao uso de medicamentos para o sistema nervoso central.