Baixos níveis de vitamina A em mulheres acompanhadas durante o pré-natal

Abstract

A deficiência de vitamina A (DVA) é definida quando as concentrações desse nutriente, nos tecidos, são baixas, podendo produzir consequências adversas à saúde, tais como: complicações durante a gravidez e maior risco de parto prematuro e baixo peso ao nascer. O objetivo deste artigo foi investigar a prevalência de hipovitaminose A e seus fatores associados em gestantes usuárias de serviços públicos de saúde em um município do interior da Bahia. Foi realizado um estudo transversal, desenvolvido com 76 gestantes acompanhadas em unidades de saúde da família que prestam assistência pré-natal. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, aplicação de questionário e realização de exame laboratorial. As gestantes foram classificadas quanto à presença de DVA, quando a dosagem de retinol sérico foi menor que 0,20 mg/L. Foram estimadas as frequências das variáveis do estudo. A investigação dos fatores associados às deficiências de hipovitaminose A foi realizada por meio da estimativa da razão de prevalência (RP) e seu respectivo intervalo de confiança a 95%, com nível de significância de 5%. A prevalência de DVA materna foi de 13%, entretanto, não houve associação estatisticamente significante com as demais variáveis estudadas. Contudo, foi observada maior ocorrência de DVA nas mulheres com renda familiar menor que dois salários mínimos, que vivem em domicílios com quatro pessoas ou mais, que têm mais de dois filhos, que tiveram gravidez não planejada, início do pré-natal no segundo ou terceiro trimestre, hipertensão arterial, infecção urinária, ausência de vacinação antitetânica e hábito de fumar na gestação. Os dados indicam maior incidência de DVA quando há piores condições de vida/saúde entre as características estudadas. Todavia, ainda são necessários estudos mais robustos para a formulação de ações sociais que visem prevenir tal ocorrência e promover a saúde gestacional.