Fineza Gaspar, Samuel António, Domingas Mbala De Castro, Zoinez Zoinez, Adriana Bernardo, Valdano Manuel
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Abstract
A endocardite fúngica é uma doença rara, com alta mortalidade apesar do tratamento médico e cirúrgico combinados. São factores de risco a cirurgia valvular e antibioterapia prévias, toxicodependência, catéteres intravasculares e estado de imunossupressão. As espécies de Candida são os agentes etiológicos mais frequentes. Apresentamos o caso de um doente de sexo masculino, negro, de 37 anos de idade, sem hábitos etílicos, tabágicos e/ou toxicodependência; referência a cardiopatia congénita não especificada, diagnosticada em 2009 na República Democrática do Congo (RDC). Em tratamento para tuberculose pulmonar há 4 meses. Recorreu ao serviço de urgência por persistência de sensação febril, sudorese nocturna, emagrecimento progressivo, dispneia para esforços progressivos de moderados a pequenos, ortopneia e dispneia paroxística nocturna (DPN), com cerca de 4 meses de evolução; 7 dias antes da sua admissão referiu aumento de volume dos membros inferiores até aos joelhos e diminuição do débito urinário. Foi admitido no serviço de Cardiologia clínica, onde foi feito o diagnóstico de endocardite fúngica (após hemoculturas). O ecocardiograma revelou um acometimento trivalvular (mitral, tricúspide e pulmonar) e comunicação interventricular. Após 14 dias de internamento, evoluiu com diminuição aguda do estado de consciência, presumindo-se embolização, foi intubado e admitido prontamente na Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos (UCIC) para vigilância e preparação para cirurgia. Ao RX de tórax constatou-se um infiltrado pulmonar generalizado sugestivo de pneumonia vírica, com subsequente adiamento da cirurgia de emergência devido ao alto risco do procedimento. Após 14 dias de internamento na UCIC, apesar da terapêutica dirigida, o paciente continuava a apresentar desmame ventilatório difícil, tendo complicado com paragem cardiorrespiratória, evoluindo para óbito. O presente caso revele a dificuldade de abordagem da endocardite fúngica e o mau prognóstico do mesmo apesar dos esforços evidenciados para o bem-estar dos pacientes.