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Abstract
O presente artigo parte de uma escolha posta a Karen Atala Riffo pela Suprema Corte Chilena no ano de 2004: exercer o papel de mãe ou exercer a sua sexualidade – mas não ambos. Pretende observar as interrelações entre as categorias gênero, sexualidade e reprodução a partir do estudo do Caso Atala Riffo e Crianças vs. Chile, na Corte Interamericana de Direitos Humanos, entendida como Sistema de Justiça internacional para resolução de conflitos, por meio da metodologia de estudo de caso. Ainda, para além de discutir o reconhecimento de orientação sexual enquanto categoria protegida pela Convenção Americana de Direitos Humanos, o trabalho busca refletir sobre o discurso utilizado pelas Cortes chilena e Interamericana no que tange às relações entre maternidade e orientação não-heterossexual. Ao final, após remontar em perspectiva histórica as relações de dominação que subjugam a maternidade à heteronormatividade, objetiva colocar em questão a eficácia da decisão interamericana ante a conjuntura de violência à comunidade LGBTQIA+. Ao final, conclui-se que os Sistemas de Justiça para Resolução de Conflitos, embora tenham promovido avanços em Direitos Humanos, ainda têm por desafio o enfrentamento à violência de gênero estrutural.
本文基于2004年智利最高法院对Karen Atala Riffo的选择:扮演母亲的角色或行使她的性取向——但不是两者兼而有之。本研究旨在通过对美洲人权法院Atala Riffo和儿童诉智利案件的研究,观察性别、性行为和生殖类别之间的相互关系,该案件被理解为通过案例研究方法解决冲突的国际司法体系。此外,除了讨论承认性取向为受美洲人权公约保护的类别外,本文还试图反思智利和美洲法院关于母性取向与非异性恋取向之间关系的话语。最后,在从历史的角度回顾了将母性置于异性恋之下的统治关系后,旨在质疑美洲间在针对LGBTQIA+社区的暴力情况下的决定的有效性。最后,结论是,解决冲突的司法制度虽然促进了人权方面的进步,但仍然面临着应对结构性性别暴力的挑战。