ACHADOS PATOLÓGICOS NOS CASOS DE COVID-19: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Abstract

Introdução: O COVID-19, assim como o SARS e o MERS, é causado por um tipo de coronavírus responsável por pneumonia. Apesar das semelhanças com as outras pneumonias virais, existem particularidades nos achados patológicos, como infiltrados mononucleares intersticiais e células sinciciais multinucleadas, afetando, principalmente, o trato respiratório. Os exames patológicos, obtidos através de autópsia, têm contribuído para aumentar o conhecimento sobre essa infecção. Objetivo: Revisar os achados histopatológicos relacionados ao Covid-19. Material e métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica na base de dados PUBMED com os descritores "Pathology, Clinical" e " Sars-cov-2”, com o operador AND. Os critérios de inclusão foram (1) textos completos condizentes com o tema e objetivos do trabalho; (2) em inglês, espanhol e português; (3) publicados nos últimos 2 anos. Foram encontrados 18 estudos, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram utilizados 6 estudos. Resultados: Os artigos descrevem os principais achados patológicos nas amostras de tecidos retiradas dos pulmões. O vírus infecta o parênquima pulmonar, e ao se multiplicar, destrói as células hospedeiras, dando início ao processo de necrose nos alvéolos pulmonares através de lesões difusas, caracterizadas por hiperplasia dos pneumócitos do tipo II, acarretando citomegalia e cariomegalia. Ademais, é possível uma expansão das paredes e septos alveolares devido à proliferação fibroblástica. O processo de degeneração hialina é evidente, pois o material necrótico e fibroso se deposita nos septos, apresentando-se ao microscópio com um aspecto eosinofílico e hialino, constituindo membranas hialinas. O processo patológico inflamatório é representado por: exsudatos proteicos nos espaços alveolares, grandes glóbulos proteicos espalhados, fibrina intra-alveolar com presença de células inflamatórias (células mononucleares e gigantes multinucleadas). E, foram observadas células nos espaços intra-alveolares com citoplasma granular e anfifílico, com presença de núcleos proeminentes, demonstrando uma invasão leucocitária, sendo indicados por numerosos macrófagos CD68, alguns linfócitos CD45 que são encontrados, principalmente, no espaço intersticial, e uma grande quantidade de neutrófilos. A alteração vascular pode se apresentar com a formação de trombos. Conclusão: As características histológicas observadas no tecido pulmonar, demonstraram achados comuns de pneumonias virais, e específicos como: dano alveolar difuso bilateral com exsudatos de fibromixóide celular e infiltrados inflamatórios mononucleares intersticiais.