{"title":"Partido político, conservadorismo e ditadura militar: a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) na Paraíba (1964-1968)","authors":"Dmitri da Silva Bichara Sobreira","doi":"10.22478/UFPB.2317-6725.2018V39N39.41130","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo tem como objetivo analisar o conservadorismo partilhado por setores da classe política paraibana na ocasião do golpe de Estado deflagrado no Brasil em 1964 e nos quatro primeiros anos da ditadura instaurada subsequentemente. Através da análise da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido político criado pelo regime autoritário com a finalidade de representar seus interesses nas instituições democráticas que se mantinham em funcionamento, nos dedicamos a compreender as motivações que levaram parte da classe política paraibana a associar-se ao golpe de 1964, a filiar-se à ARENA, bem como o apoio prestado na legitimação do regime. A premissa com a qual trabalhamos é que o que levou parte da classe política local a adotar postura favorável ao golpe e a ditadura foi um majoritário sentimento conservador, contrário às propostas de reforma de base do governo João Goulart e a atuação dos grupos e organizações populares e de esquerda no estado. Nesse sentido, um valoroso conceito que utilizaremos em nossa análise é o de cultura política, diagnosticando a existência de uma “cultura política brasileira”, dotada de valores, tradições, imaginários, práticas e representações políticas, as quais fundamentam uma conduta conservadora nesse estado. Os elementos conservadores presentes na “cultura política brasileira” foram identificados em discursos, entrevistas e textos publicado pelo partido e seus membros, presentes em fontes históricas como os jornais que circulavam na época e em documentos referentes a organização interna da ARENA.","PeriodicalId":214426,"journal":{"name":"Sæculum – Revista de História","volume":"42 ","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Sæculum – Revista de História","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22478/UFPB.2317-6725.2018V39N39.41130","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente artigo tem como objetivo analisar o conservadorismo partilhado por setores da classe política paraibana na ocasião do golpe de Estado deflagrado no Brasil em 1964 e nos quatro primeiros anos da ditadura instaurada subsequentemente. Através da análise da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido político criado pelo regime autoritário com a finalidade de representar seus interesses nas instituições democráticas que se mantinham em funcionamento, nos dedicamos a compreender as motivações que levaram parte da classe política paraibana a associar-se ao golpe de 1964, a filiar-se à ARENA, bem como o apoio prestado na legitimação do regime. A premissa com a qual trabalhamos é que o que levou parte da classe política local a adotar postura favorável ao golpe e a ditadura foi um majoritário sentimento conservador, contrário às propostas de reforma de base do governo João Goulart e a atuação dos grupos e organizações populares e de esquerda no estado. Nesse sentido, um valoroso conceito que utilizaremos em nossa análise é o de cultura política, diagnosticando a existência de uma “cultura política brasileira”, dotada de valores, tradições, imaginários, práticas e representações políticas, as quais fundamentam uma conduta conservadora nesse estado. Os elementos conservadores presentes na “cultura política brasileira” foram identificados em discursos, entrevistas e textos publicado pelo partido e seus membros, presentes em fontes históricas como os jornais que circulavam na época e em documentos referentes a organização interna da ARENA.