Adilson Roberto Bellé, Pedro Selvino Neumann, A. V. Zarnott
{"title":"AS DOAÇÕES E TRANSFERÊNCIAS DE ALIMENTOS: PRÁTICAS SOCIOECONÔMICAS EM ASSENTAMENTOS DO RS","authors":"Adilson Roberto Bellé, Pedro Selvino Neumann, A. V. Zarnott","doi":"10.22295/grifos.v32i60.7328","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"N\nNo modelo econômico vigente o mecanismo predominante é de trocas comerciais, muitas vezes secundarizando e invisibilizando outras formas econômicas como a reciprocidade e a domesticidade, coexistentes no caso do campesinato. O artigo objetiva analisar a importância socioeconômica das transferências e doações de alimentos em famílias assentadas do Rio Grande do Sul, Brasil. O estudo foi realizado em assentamentos de diferentes regiões do estado, utilizando-se métodos mistos para a pesquisa e análise dos dados. Os resultados apontam que 88% dos entrevistados fazem transferências ou doações de alimentos, tratando-se de uma prática frequente. Mais de 50% das famílias possuem filhos residindo na cidade e que se abastecem de alimentos junto aos pais assentados. Os valores médios transferidos e doados aproximaram-se a 20% do valor de um salário mínimo mensal, chegando em determinadas situações a mais de um salário mínimo. Este valor é significativo para quem recebe, pois a renda média dos empregados nos municípios pesquisados ficou entre dois e três salários mínimos mensais. Por fim, as doações e transferências de alimentos tornam necessária uma releitura do sentido tradicional dado a produção de autoconsumo, pois assumem importância econômica e também fortalecem os laços sociais entre as pessoas envolvidas através da dádiva e reciprocidade.","PeriodicalId":197135,"journal":{"name":"Revista Grifos","volume":"30 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Grifos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22295/grifos.v32i60.7328","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
N
No modelo econômico vigente o mecanismo predominante é de trocas comerciais, muitas vezes secundarizando e invisibilizando outras formas econômicas como a reciprocidade e a domesticidade, coexistentes no caso do campesinato. O artigo objetiva analisar a importância socioeconômica das transferências e doações de alimentos em famílias assentadas do Rio Grande do Sul, Brasil. O estudo foi realizado em assentamentos de diferentes regiões do estado, utilizando-se métodos mistos para a pesquisa e análise dos dados. Os resultados apontam que 88% dos entrevistados fazem transferências ou doações de alimentos, tratando-se de uma prática frequente. Mais de 50% das famílias possuem filhos residindo na cidade e que se abastecem de alimentos junto aos pais assentados. Os valores médios transferidos e doados aproximaram-se a 20% do valor de um salário mínimo mensal, chegando em determinadas situações a mais de um salário mínimo. Este valor é significativo para quem recebe, pois a renda média dos empregados nos municípios pesquisados ficou entre dois e três salários mínimos mensais. Por fim, as doações e transferências de alimentos tornam necessária uma releitura do sentido tradicional dado a produção de autoconsumo, pois assumem importância econômica e também fortalecem os laços sociais entre as pessoas envolvidas através da dádiva e reciprocidade.