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Abstract
O propósito deste trabalho é discutir o uso do artigo definido com nomes comuns em grego antigo (GA), com base em um estudo de caso sobre as ocorrências de ἡμέραις (hēmerais/dia.dat.pl) em inscrições epigráficas. Propomos que o uso do artigo nas inscrições pode ser explicado pela gramaticalização da identificabilidade (Lyons, 1999). Sabendo que o artigo surgiu no GA pela gramaticalização do pronome demonstrativo (Roberts; Roussou, 2003), postulamos que, quanto ao seu uso, ele começou marcando contextos em que os referentes dos nomes eram identificáveis pela descrição que recebiam, e, no estágio diacrônico em que encontramos a língua (nosso corpus contém inscrições de V a.C. a III d.C.), ela formalizou alguns contextos para serem marcados como definidos, com artigo, partindo dos prototipicamente identificáveis, e outros para não o serem. Notadamente, os nomes anafóricos ou modificados por adjuntos de sentido qualitativo sempre são articulados, enquanto adjuntos de sentido quantitativo ocorrem com nomes que não são articulados, de modo geral. Como consequência, a distribuição da presença e ausência de artigo não aconteceu uniformemente ao longo de todas as variantes do GA: apenas o dialeto de Gortina marca com artigo contextos sem modificador qualitativo ou anáfora, mas apenas com quantificação. A primeira seção deste trabalho apresenta os estudos de definitude no GA. A segunda discute as ocorrências em que o núcleo nominal recebe modificadores. A terceira seção analisa as ocorrências em que o nome recebe artigo havendo apenas modificador numeral cardinal. Na quarta seção reunimos as conclusões da análise.