{"title":"Neoliberalismo e crise: o avanço silencioso do capitalismo de vigilância na educação brasileira durante a pandemia da Covid-19","authors":"L. Cruz, Jamila Venturini","doi":"10.5753/rbie.2020.28.0.1060","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Atualmente, podemos observar o crescimento de acordos envolvendo instituições públicas de ensino e empresas cuja valorização advem da coleta e tratamento de dados de seus usuários para a utilização de diversos tipos de aplicativos educacionais. Esse crescimento acelerou durante a pandemia de COVID-19, quando a emergência do distanciamento social fez crescer a demanda por ensino remoto em tais instituições. Contudo, como pesquisadores, observamos que a adesão de tais acordos é realizada sem um debate público sobre seus riscos e consequências para a educação pública brasileira, principalmente as que envolvem a segurança de dados e a privatização de parte do gerenciamento de tecnologias de informação das instituições. Esse artigo tem como objetivo documentar e problematizar a adoção de tecnologias educacionais de empresas globais de tecnologias cujo modelo de negócio é pautado na coleta e tratamento de dados dos usuários, particularmente durante a pandemia da COVID-19 no Brasil. Veremos, por meio da análise dos dados disponíveis sobre sua atuação, que o avanço desse mercado sobre a educação pública do país, acelerado durante a crise de saúde, é sustentado pelo planejamento e execução de um projeto de ampliação do envolvimento de empresas privadas e de diminuição do investimento público no setor.","PeriodicalId":383295,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Informática na Educação","volume":"35 5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"6","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Informática na Educação","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5753/rbie.2020.28.0.1060","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Atualmente, podemos observar o crescimento de acordos envolvendo instituições públicas de ensino e empresas cuja valorização advem da coleta e tratamento de dados de seus usuários para a utilização de diversos tipos de aplicativos educacionais. Esse crescimento acelerou durante a pandemia de COVID-19, quando a emergência do distanciamento social fez crescer a demanda por ensino remoto em tais instituições. Contudo, como pesquisadores, observamos que a adesão de tais acordos é realizada sem um debate público sobre seus riscos e consequências para a educação pública brasileira, principalmente as que envolvem a segurança de dados e a privatização de parte do gerenciamento de tecnologias de informação das instituições. Esse artigo tem como objetivo documentar e problematizar a adoção de tecnologias educacionais de empresas globais de tecnologias cujo modelo de negócio é pautado na coleta e tratamento de dados dos usuários, particularmente durante a pandemia da COVID-19 no Brasil. Veremos, por meio da análise dos dados disponíveis sobre sua atuação, que o avanço desse mercado sobre a educação pública do país, acelerado durante a crise de saúde, é sustentado pelo planejamento e execução de um projeto de ampliação do envolvimento de empresas privadas e de diminuição do investimento público no setor.