TROMBOFILIA EM CRIANÇA PORTADORA DE SÍNDROME DE DOWN: UM RELATO DE CASO

Eduarda Druck Magadan, Eduarda Kotlinsky Weber, Esthela Rodegheri Trevisan, L. Xavier, Virgínia Tafas da Nóbrega
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Abstract

Introdução: A trombose arterial é um evento raro na população pediátrica. A chance dele ocorrer é potencializada se associada a mutações ou deficiência de proteínas responsáveis pela formação ou bloqueio do coágulo. Algumas mutações em heterozigose são muito frequentes, como a mutação metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR). Quando isoladas, essas mutações não causam qualquer manifestação clínica; todavia, quando combinadas com outras mutações ou fatores de hipercoagulabilidade, podem desencadear tromboses. Em pacientes com síndrome de Down, não há incidência relatada de trombofilia e eventos tromboembólicos aparentam ser incomuns. Objetivo: Relatar o caso de um paciente pediátrico, portador de síndrome de Down, com AVC isquêmico e trombofilia. Metodologia: Revisão de prontuário, com coleta de dados clínicos e laboratoriais. Resultados/Descrição do caso: Paciente masculino, de 5 anos e 6 meses, portador de síndrome de Down e hipotireoidismo, com AVC prévio, admitido no Hospital da Criança Santo Antônio por quadro de paresia no membro superior direito, desvio da boca para a direita e marcha hemiparética por menos de 24h, com resolução espontânea. Realizou uma tomografia craniana que não apontou sangramentos. À angioressonância magnética, efetuada no dia subsequente, observou-se trombose dos segmentos inclusos da artéria vertebral direita, como também sinais de isquemia aguda no hemisfério cerebelar direito (território da artéria cerebelar póstero-inferior) e no tálamo esquerdo. Ademais, constatou-se encefalomalácia no esplênio do corpo caloso à direita. Os resultados dos exames laboratoriais foram os seguintes: fator V - 127%; fator VIII > 200%; anti-trombina III - 101%; PTN S - 102%; PTN C - 134%; homocisteína - 6,97 µmol/l; anticardiolipinas IgA e IgG - não reagentes; anticardiolipinas IgM - reagente fraco. Detectou-se duas mutações em heterozigose: uma, no gene MTHFR; outra, no gene da protrombina. Fator V de Leiden estava ausente. Atualmente, o paciente encontra-se com anticoagulação profilática para evitar novos eventos trombóticos graves. Conclusão: As mutações em heterozigose no gene da protrombina e no gene MTHFR, associadas à elevação do fator VIII, provocaram um estado de hipercoagulabilidade neste paciente, culminando com trombose em artérias intra e extracerebrais. Portanto, este caso mostra a importância da investigação genética em todos pacientes pediátricos com trombose venosa sem fator desencadeante ou com trombose arterial.
唐氏综合征患儿血栓形成:一份病例报告
简介:动脉血栓形成在儿科人群中是一种罕见的事件。如果与负责血栓形成或阻塞的蛋白质突变或缺乏有关,则发生这种情况的几率会增加。杂合子病中的一些突变是非常常见的,如亚甲基四氢叶酸还原酶(MTHFR)突变。当分离时,这些突变不会引起任何临床表现;然而,当与其他突变或高凝因子结合时,它们可能引发血栓形成。在唐氏综合征患者中,没有血栓形成的报道,血栓栓塞事件似乎不常见。目的:报告一名患有唐氏综合征、缺血性中风和血栓形成的儿科患者。方法:回顾病历,收集临床和实验室资料。案件结果/描述:5岁的男性病人,6个月,唐氏综合症和甲状腺功能减退,中风之前,承认儿童医院每张麻痹在圣安东尼奥的上肢,嘴向右偏离,3月hemiparética至少24小时,和分辨率的自发的。他做了颅骨断层扫描,没有发现出血。第二天的磁共振成像(mri)显示右侧椎动脉受累段血栓形成,右侧小脑半球(小脑后下动脉区域)和左丘脑有急性缺血的迹象。此外,在右侧胼胝体的脾发现脑软化。实验室检测结果为:因子V - 127%;因子VIII > 200%;抗凝血酶III - 101%;PTN S - 102%;PTN C - 134%;同型半胱氨酸- 6.97µmol/l;抗心磷脂IgA和IgG -非试剂;抗心磷脂IgM -弱试剂。在杂合子病中检测到两个突变:一个是MTHFR基因,另一个是MTHFR基因。另一个是凝血酶原基因。《因子3》是一部上映于2009年的美国喜剧电影,由大卫·林奇编剧和导演。目前,患者正在接受预防性抗凝治疗,以避免新的严重血栓事件。结论:与VIII因子升高相关的凝血酶原基因和MTHFR基因杂合突变导致该患者的高凝状态,最终导致脑内和脑外动脉血栓形成。因此,本病例说明了基因研究对所有无诱发因素的静脉血栓形成或动脉血栓形成的儿科患者的重要性。
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