Carla Severiano de Carvalho, Geisa Fróes de Freitas
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Abstract
O enfrentamento do Brasil à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, tem sido atravessado pelo discurso negligente e negacionista do presidente, Jair Bolsonaro. Por consequência do perfil do maior gestor público do país, a pandemia no Brasil acentua a vulnerabilidade de certos grupos sociais e, dentre estes grupos de risco estão as mulheres. Nesse sentido, nos interessa analisar os discursos, ações e medidas misóginas difundidas pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo do contexto pandêmico para assim compreender a constituição do seu ethos no discurso na cerimônia de Comemoração do Dia Internacional da Mulher, no dia 08 de março do ano eleitoral de 2022. Para tanto, os acontecimentos discursivos mencionados serão analisados a partir de aportes da análise do discurso de linha francesa (FOUCAULT, 1960; 1968; 2008; PÊCHEUX, 1993, 2002; ORLANDI, 2007, 2012; AMOSSY, 2019; CHARAUDEAU, 2014, 2016, 2018; MAINGUENEAU, 1997, 1998, 2010, 2012, 2013, 2014), além das reflexões realizadas por diferentes teóricos a respeito das questões de gênero. Espera-se, ao mobilizar as condições de produção e a relação entre linguagem e ideologia, examinar como o poder público tem contribuído com ações de ódio contra as mulheres, levando à crescente violência de gênero no país; enquanto o segundo, o discurso presidencial comemorativo, será analisado a partir das estratégias discursivas que buscam produzir efeitos de persuasão no destinatário e, desse modo, constituem e representam o ethos de Bolsonaro e do seu governo.