{"title":"DESIGNAR E ARGUMENTAR EM TORNO DE UMA DIVISÃO “INTRANSPONÍVEL”","authors":"E. Guimarães","doi":"10.22456/2594-8962.116826","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O objetivo deste trabalho é apresentar uma reflexão sobre uma relação entre designação e argumentação. Esta relação se apresenta pelo modo como os indígenas são referidos no texto pelos personagens do debate narrado pelo autor, e pelo embate argumentativo representado pela narrativa no acontecimento de enunciação do texto Diálogo sobre a conversão do gentio de Manuel da Nóbrega. As análises se fazem a partir de recortes relativos a dois aspectos do Diálogo: 1) a designação de gentio, índio e negro; 2) aspectos da argumentação dos dois personagens do Diálogo, Gonçalo Alvarez e Mateus Nugueira. O debate argumentativo, do texto narrado pelo autor, apresenta uma argumentação que sustenta a dificuldade da conversão pela “bestialidade” do indígena, ao que se opõe uma argumentação que apresenta a graça e a vontade de Deus e a igualdade dos seres humanos enquanto “bestas por natureza corrupta” como elementos da sustentação da possibilidade da conversão. Nesta argumentação joga de modo decisivo a metáfora do ferreiro e do fogo, significando a possibilidade de moldar aquele que resiste.","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"118 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Conexão Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.116826","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O objetivo deste trabalho é apresentar uma reflexão sobre uma relação entre designação e argumentação. Esta relação se apresenta pelo modo como os indígenas são referidos no texto pelos personagens do debate narrado pelo autor, e pelo embate argumentativo representado pela narrativa no acontecimento de enunciação do texto Diálogo sobre a conversão do gentio de Manuel da Nóbrega. As análises se fazem a partir de recortes relativos a dois aspectos do Diálogo: 1) a designação de gentio, índio e negro; 2) aspectos da argumentação dos dois personagens do Diálogo, Gonçalo Alvarez e Mateus Nugueira. O debate argumentativo, do texto narrado pelo autor, apresenta uma argumentação que sustenta a dificuldade da conversão pela “bestialidade” do indígena, ao que se opõe uma argumentação que apresenta a graça e a vontade de Deus e a igualdade dos seres humanos enquanto “bestas por natureza corrupta” como elementos da sustentação da possibilidade da conversão. Nesta argumentação joga de modo decisivo a metáfora do ferreiro e do fogo, significando a possibilidade de moldar aquele que resiste.