J. D. A. F. Doronin, Giovanna de Aquino Fonseca Araújo
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Abstract
O conceito de velhice /envelhecimento na contemporaneidade associa-se no capitalismo do Brasil a ideia de classe social e a questao social [1] . Existindo associacao negativa da velhice, no qual os individuos passam a serem considerados improdutivos, vinculando o tempo de trabalho (forca de trabalho) ao tempo de vida (util), conforme MPC [2] . Alem disso, a concepcao de velhice passa a ser categorizada em classe social, de um lado a “velhice associada a questao social”, limitada e perversa- “alem de velho o sujeito ainda eh pobre dando despesa para o Estado [3] ” - e do outro, a “velhice saudavel”, representada pelo idoso cliente em potencial de agencias de viagens e industrias de cosmeticos, “bem aceitos” por serem alvos de consumo na busca da “longevidade mercadologica”. Porem, todos pertencentes a mesma faixa etaria e sujeitos legalmente dos mesmos direitos sociais, desconsiderando singularidades e realidades. Essa “democracia” no Brasil, atraves de politicas publica, ditas “universais”, nos faz refletir que existem concepcoes diferentes de democracia tratada de lutas sociais [4] , repartidas entre diferentes classes ou numa mesma classe, conforme interesse posto. As determinacoes estruturais da sociedade nao se restringem as relacoes economicas, mas abrangem relacoes ideologicas e politicas, incluindo o pertencimento de classe dos diversos agrupamentos sociais [5] , definidas e vivenciadas pelos sujeitos. E as politicas publicas, sao constatacoes que fazem parte de diversos interesses de classes ou dentro de uma mesma classe/categoria, tratada como aqui como velhice. Relacionando a discussao com experiencias de pesquisa com idosos em IES [6] , investigando sobre o conceito de velhice para os participantes e suas subjetividades, percebe-se que no campo da politica essas experiencias podem ser consideradas como aparelhos ideologicos de Estado da hegemonia discutida por Gramsci, enquanto conjunto de ideias, praticas, rituais e comportamentos, dentro desses grupos, como formas de viver. Ou seja; dentro de uma mesma classe social ha presenca de estratificacoes e tambem de correlacoes de forcas ou outros sistemas de conceitos. Se pensarmos os sujeitos coletivos pesquisados, mesmo que pertencentes ha um mesmo grupo, a velhice, cidadania e/ou democracia, pode ter diferentes interpretacoes. Nesse sentido, podemos pensar esses grupos, como parte de aparelhos ideologicos tratados por Gramsci, da sociedade civil (classes sociais e estado) que vivenciam praticas, rituais e comportamentos em aparelhos fisicos - nas reunioes-, formas de viver. Essas experiencias passam a terem um papel politico importante [7] , porem ha de se ficar atento, pois pode inclusive, representar a concepcao “instrumental” do Estado, uma vez que; estao vinculados a organizacoes hierarquizadas-IES -. Ou seja; a hegemonia sobre os dominados colocados por Gramsci, explicitado por um conjunto da sociedade que nem sabem que sao dominados. [1] Ver Fernandes e Doronin (2017). [2] MPC-Modo de producao capitalista, de exploracao segundo Teoria Marxista. [3] Jargoes usados pela elite de direita, quando se referem ao BPC –Criterios do beneficio disponivel em: . Acesso em: 3 nov.2017. [4] SAES, Decio Azevedo Marques de. Cidadania e capitalismo: uma critica a concepcao liberal de cidadania. [5] POULANTZAS, Nicos. As classes sociais no capitalismo de hoje. Zahar: Rio de Janeiro, 1975. [6] Pesquisa de doutorado da primeira autora- em andamento-, vinculados a grupo de idosos pertencentes a equipamentos educacionais publicos (UNATI/ UEM/Pr e VIVER MELHOR/UNESPAR/Pr) [7] Referimo-nos ha espacos de esfera de producao da hegemonia, intelectuais orgânicos.