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Abstract
Com Paul Ricoeur pensamos a memória traumática e os efeitos dos rastros subjetivos que emergem no contemporâneo tendo em mente a ditadura militar brasileira e as políticas democráticas de memória. A reflexão parte da percepção de que o legado autoritário e suas atualizações fragilizam a democracia. Sem desconsiderarmos a prioridade das vítimas, dos familiares e dos sobreviventes e suas lutas por memória e justiça, pensamos a elaboração da memória impedida como reconhecimento e partilha de um passado comum cujos aspectos nefastos dos não ditos passam por manipulações de memória que fraturam a identidade do homem capaz. Refletimos ainda sobre os efeitos do esquecimento comandado de modo abusivo a partir da constatação da dissimetria entre os conceitos de anistia, justiça e perdão. No percurso destacamos o papel do testemunho e a função mediadora dos atos de justiça na idealização de uma memória constitutiva de outro mundo possível.