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Abstract
O presente artigo empreenderá um esforço para compreender o uso do verbo grego anéchō, mormente traduzido como “eu sofro”, “eu suporto”, “eu tolero”. Trata-se de uma contribuição antropológica para a compreensão do projeto de “tolerância” como alteridade. Para tanto, será seguido o seguinte caminho: como esse verbo foi usado entre os gregos antigos (principalmente na mitologia e na filosofia), passando por sua versão cristã primitiva (nos escritos neotestamentários, majoritariamente paulinos) e despontando no estoicismo (em sua versão romana, como se acha em Epiteto e Marco Aurélio). Tendo em vista, no limite, entrever tais pontos num rastro histórico do termo tolerância. Procura-se demonstrar como esse termo ajudou a compor o léxico que formará a ideia de tolerância em relação ao outro.