Variações na Vazão do Rio Santo Antônio, Relação com o Pantanal Marimbus e a Importância para a Biodiversidade na Região do Parque Nacional da Chapada Diamantina/BA
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Abstract
O rio Santo Antônio é um afluente da margem esquerda do rio Paraguaçu, e forma, em seu baixo curso, a área alagada chamada Marimbus. Há relatos de que a vazão desse rio estaria sendo reduzida. Neste trabalho, realizou-se uma análise qualiquantitativa da variação da vazão (DQ) no rio Santo Antônio ao longo de 57 anos e oito meses, com dados de uma estação fluviométrica em Andaraí. Os dados foram sistematizados e analisados com correlações de Pearson (α = 0,05), comparando-as com a variação na pluviometria (DP) em uma estação meteorológica da sub-bacia do rio Santo Antônio. Os valores de DQ entre 1950 e 1970 apresentaram amplitudes que foram de -0,8036 a 4,8386, com 57,92% dos registros DQ < 0. Entre 1971 até 2018, DQ variou de -0,9591 a 2,5644, com 74,31% dos registros DQ < 0. A comparação DQ e DP entre 1950 e 2018 mostrou-se estatisticamente significativa (r = 0,341; R² = 0,1163; p = 0,0116). Dados bibliográficos mostraram um aumento da área ocupada por culturas que utilizam intensamente água do rio, como banana (Musa sp). A revisão da bibliografia publicada sobre o Marimbus mostra cinco trabalhos botânicos na região, além de dez espécies, como Moenkhausia diamantina Benine et al., 2007; Parotocinclus adamanteus Pereira et al. (2019) e Astyanax lorien Zanata et al. (2018), por exemplo, e uma subfamília de peixes (Copionodontinae), endêmicas da região e áreas vizinhas. A fauna local é diferenciada em relação ao que existe nas regiões circunvizinhas. Desta forma, é necessário que a captação de água do rio Santo Antônio seja gerenciada de modo a evitar que a vazão deste curso d’água continue a diminuir.