{"title":"As violências sexuais e de gênero e a justiça de transição no Brasil e na Argentina: uma análise comparativa dos movimentos de mulheres em cada país","authors":"F. A. Pereira, Luísa Santos Paulo","doi":"10.4000/ORDA.3478","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"As mulheres historicamente ocuparam papeis de resistencia a regimes autoritarios, como durante as ditaduras vividas no Brasil e na Argentina no seculo XX. Nesses periodos, os militares incumbidos de perseguir, torturar e matar os opositores ao governo ditatorial perpetraram contra as mulheres formas de violencia que buscavam nao somente fulminar a dissidencia politica, como tambem conforma-las a papeis de genero socialmente definidos. No contexto de redemocratizacao pos regimes ditatoriais, uma justica transicional que se faz silente em relacao as violencias sexuais e de genero perpetradas pelos agentes da ditadura contra os corpos femininos contribui para a perpetuacao das concepcoes machistas e patriarcais em Estados Democraticos de Direito. Este artigo busca compreender as estruturas de poder por tras das formas de tortura contra as mulheres e comparar tanto como as vivencias das brasileiras e das argentinas durante as ditaduras militares, quanto como as suas atuacoes nos momentos de transicao de regimes refletiram positiva ou negativamente na consolidacao de direitos das mulheres nas novas democracias.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"23 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"L'Ordinaire des Amériques","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.4000/ORDA.3478","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
As mulheres historicamente ocuparam papeis de resistencia a regimes autoritarios, como durante as ditaduras vividas no Brasil e na Argentina no seculo XX. Nesses periodos, os militares incumbidos de perseguir, torturar e matar os opositores ao governo ditatorial perpetraram contra as mulheres formas de violencia que buscavam nao somente fulminar a dissidencia politica, como tambem conforma-las a papeis de genero socialmente definidos. No contexto de redemocratizacao pos regimes ditatoriais, uma justica transicional que se faz silente em relacao as violencias sexuais e de genero perpetradas pelos agentes da ditadura contra os corpos femininos contribui para a perpetuacao das concepcoes machistas e patriarcais em Estados Democraticos de Direito. Este artigo busca compreender as estruturas de poder por tras das formas de tortura contra as mulheres e comparar tanto como as vivencias das brasileiras e das argentinas durante as ditaduras militares, quanto como as suas atuacoes nos momentos de transicao de regimes refletiram positiva ou negativamente na consolidacao de direitos das mulheres nas novas democracias.