{"title":"Entre a tradição e a nação: a perspectiva utópica de Mia Couto para uma terra sonâmbula.","authors":"Matheus Frizzo, Lorena Illipronte Niwa, Cláudio César Foltran Ulbrich","doi":"10.5380/clio.v11i1.79617","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Com base nas contribuições do pensamento pós-colonial, procuramos compreender neste artigo como o autor moçambicano Mia Couto, em seu premiado romance “Terra Sonâmbula” (1992), se posiciona em relação ao futuro pós-colonial de seu país, escrevendo em um contexto de guerras aparentemente intermináveis e de extrema violência. Pensando nisso, veremos como o autor opta, ao lidar com o binômio tradição-modernidade, por elaborar uma síntese entre o resgate das tradições locais (incluindo espiritualidade, cultura e linguagem) e a superação da condição colonial que Moçambique vivia. Localizado entre tradição e modernidade (nação), ideias centrais nos conflitos entre o Estado revolucionário da Frelimo e as populações locais, Mia Couto constrói uma utopia, no sentido de uma proposta de sociedade moçambicana capaz de unir os esforços da nação moçambicana e construir uma nova via, superando tanto o colonialismo quanto a proposta dos movimentos de libertação que ele entendia como violentas e reducionistas.","PeriodicalId":259367,"journal":{"name":"Revista Cadernos de Clio","volume":"102 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-06-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Cadernos de Clio","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5380/clio.v11i1.79617","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Com base nas contribuições do pensamento pós-colonial, procuramos compreender neste artigo como o autor moçambicano Mia Couto, em seu premiado romance “Terra Sonâmbula” (1992), se posiciona em relação ao futuro pós-colonial de seu país, escrevendo em um contexto de guerras aparentemente intermináveis e de extrema violência. Pensando nisso, veremos como o autor opta, ao lidar com o binômio tradição-modernidade, por elaborar uma síntese entre o resgate das tradições locais (incluindo espiritualidade, cultura e linguagem) e a superação da condição colonial que Moçambique vivia. Localizado entre tradição e modernidade (nação), ideias centrais nos conflitos entre o Estado revolucionário da Frelimo e as populações locais, Mia Couto constrói uma utopia, no sentido de uma proposta de sociedade moçambicana capaz de unir os esforços da nação moçambicana e construir uma nova via, superando tanto o colonialismo quanto a proposta dos movimentos de libertação que ele entendia como violentas e reducionistas.