Raquel Merger Artuzo, T. Champion, Fernando Luis Cemenci Gnoatto
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Abstract
RESUMO A displasia de valva mitral é uma afecção cardíaca congênita considerada incomum em cães, sendo as raças de grande porte as de maior predisposição. O presente trabalho objetivou evidenciar um caso de displasia de valva mitral em um animal de pequeno porte, discutindo também aspectos de diagnóstico e tratamento, visto ser uma alteração pouco relatada. Um canino macho da raça Shih-Tzu, pesando 8,7 kg com aproximadamente 4 anos foi encaminhado para avaliação cardiológica na Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária (SUHVU) da Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza/PR. O animal apresentava sinais de tosse e uma síncope e histórico de sopro desde filhote, de causa indeterminada segundo os tutores. O eletrocardiograma sugeriu sobrecarga atrial esquerda e ventricular direita porém sem arritmias patológicas, enquanto o exame ecocardiográfico, conduzido com o animal sedado pelo uso dos fármacos midazolam e butorfanol, revelou os folhetos da valva não coaptantes e displásicos, caracterizando a displasia de mitral, além de regurgitação em átrio esquerdo (velocidade de 589,8 cm/s, gradiente de pressão 139,1 mmHg) e insuficiência aórtica moderada. A tosse é um sinal comumente visto em cães cardiopatas, normalmente resultante de edema pulmonar e compressão dos brônquios principais e traqueia, porém o ecocardiograma não revelou remodelamento atrial esquerdo importante; a síncope pode ser decorrente da queda do débito cardíaco ou em decorrência de arritmias ou por hipertensão pulmonar. Optou-se pelo tratamento contínuo com pimobendan, além de reavaliações cardíacas semestrais. Percebe-se a importância do exame ecocardiográfico no diagnóstico de afecções congênitas, mesmo aquelas consideradas incomuns para o porte do paciente.