Janaina Oliveira de Souza, Milena Maria Cordeiro de Almeida
{"title":"Acidentes de trabalho entre trabalhadoras(es) domésticas(os) sob a perspectiva de gênero, Brasil, 2016 a 2020","authors":"Janaina Oliveira de Souza, Milena Maria Cordeiro de Almeida","doi":"10.22278/2318-2660.2023.v47.n1.a3659","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Trabalhadoras(es) domésticas(os) estão submetidas(os) ao risco de acidentes de trabalho (AT) devido às atividades realizadas e à vulnerabilidade social relacionada à ocupação. Assim, o objetivo deste estudo é descrever as diferenças de gênero no perfil epidemiológico dos AT entre trabalhadoras(es) domésticas(os) no Brasil. Para tanto, realizou-se um estudo de casuística descritivo utilizando notificações dos AT com trabalhadoras(es) domésticas(os) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), no período de 2016 a 2020. Dos 13.957 AT registrados para esse grupo ocupacional, foram mais frequentes aqueles com mulheres e homens não brancos, com escolaridade maior que oito anos e trabalhadores formais, embora a maioria desses casos não tenha gerado a Comunicação de Acidente de Trabalho. A maioria dos AT aconteceu com mulheres de 40 a 59 anos e homens mais jovens, de 18 a 39 anos. A ocupação de caseiro representou quase a totalidade dos registros de AT entre os homens, enquanto, entre as mulheres, as ocupações mais frequentes foram as de caseira e diarista. Diagnósticos de queda, impacto ou contato com objeto perfurocortante e acidentes de transporte foram os mais comuns. Embora a proporção de registros de AT entre ambos os sexos seja semelhante, os homens apresentam alguns indicadores de maior vulnerabilidade, e a maior formalidade em seus registros indica a invisibilidade das trabalhadoras domésticas mulheres e informais.","PeriodicalId":306125,"journal":{"name":"Revista Baiana de Saúde Pública","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Baiana de Saúde Pública","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22278/2318-2660.2023.v47.n1.a3659","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Trabalhadoras(es) domésticas(os) estão submetidas(os) ao risco de acidentes de trabalho (AT) devido às atividades realizadas e à vulnerabilidade social relacionada à ocupação. Assim, o objetivo deste estudo é descrever as diferenças de gênero no perfil epidemiológico dos AT entre trabalhadoras(es) domésticas(os) no Brasil. Para tanto, realizou-se um estudo de casuística descritivo utilizando notificações dos AT com trabalhadoras(es) domésticas(os) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), no período de 2016 a 2020. Dos 13.957 AT registrados para esse grupo ocupacional, foram mais frequentes aqueles com mulheres e homens não brancos, com escolaridade maior que oito anos e trabalhadores formais, embora a maioria desses casos não tenha gerado a Comunicação de Acidente de Trabalho. A maioria dos AT aconteceu com mulheres de 40 a 59 anos e homens mais jovens, de 18 a 39 anos. A ocupação de caseiro representou quase a totalidade dos registros de AT entre os homens, enquanto, entre as mulheres, as ocupações mais frequentes foram as de caseira e diarista. Diagnósticos de queda, impacto ou contato com objeto perfurocortante e acidentes de transporte foram os mais comuns. Embora a proporção de registros de AT entre ambos os sexos seja semelhante, os homens apresentam alguns indicadores de maior vulnerabilidade, e a maior formalidade em seus registros indica a invisibilidade das trabalhadoras domésticas mulheres e informais.