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Abstract
O ambiente digital trouxe novas e inesperadas formas de mobilização coletiva e de ativismo, mas a televisão continua a ser o meio privilegiado para ter acesso à informação da grande maioria dos cidadãos, em Portugal e na Europa. Partindo-se da análise do conteúdo noticioso das peças que os jornalistas identificam como sendo sobre ativistas e ativismo, ou seja, que usam as palavras “ativistas” e “ativismo”, na informação televisiva dos dois canais públicos da televisão portuguesa – RTP1 e RTP2 - no ano de 2017, foi possível aferir quais os assuntos cobertos e as causas com maior representatividade que são de âmbito internacional e relacionadas fundamentalmente com questões políticas e de direitos humanos. Sendo práticas sociais dotadas de uma grande mutabilidade as ações ativistas são também alvo de uma volátil projeção mediática, no entanto, foi possível observar que os programas informativos da televisão pública não destacam a ação dos grupos ativistas que praticam atos violentos, privilegiando ações concretas no terreno, cujos porta-vozes são os cidadãos comuns ao nível social micro. Os resultados possibilitam uma reflexão sobre qual o papel da televisão pública, num momento em que procura justificar a sua relevância, no alcance da massa crítica por determinados grupos minoritários.