{"title":"As rapineiras neotropicais na Europa dos séculos XVI e XVII (Aves, Falconidae, Accipitridae)","authors":"Dante Martins Teixeira","doi":"10.11606/2176-7793/2022.53.05","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O intenso fluxo de animais do Neotrópico observado na Europa durante o início da Idade Moderna incluiria demandas muito singulares vindas de determinados atores sociais. Este parece ser exatamente o caso das aves de rapina, em geral destinadas a uma nobreza entusiasta da falcoaria que concentrava desmedido poder e se mostrava disposta a oferecer atrativas recompensas por exemplares trazidos do além-mar. Vigente ao menos desde 1509, esse tráfico abarcava tanto representantes dos Accipitridae quanto dos Falconidade, havendo registros documentais ou iconográficos para o japacanim (Spizaetus ornatus), o falcão-peregrino (Falco peregrinus) e o falcão-de-coleira (Falco femoralis) – provavelmente o misterioso \"aleto\" pelo qual se pagavam quantias exorbitantes. A documentação disponível também menciona a surpreendente captura de um gerifalte (Falco rusticolus) ao largo da costa do Brasil – a primeira referência conhecida dessa espécie para o hemisfério sul. Tal como foi comprovado para vários outros grupos zoológicos no continente americano, os dados existentes sugerem a forte possibilidade de algumas rapineiras neotropicais terem sido bem mais numerosas no período colonial.","PeriodicalId":274949,"journal":{"name":"Arquivos de Zoologia","volume":"11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Arquivos de Zoologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/2176-7793/2022.53.05","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O intenso fluxo de animais do Neotrópico observado na Europa durante o início da Idade Moderna incluiria demandas muito singulares vindas de determinados atores sociais. Este parece ser exatamente o caso das aves de rapina, em geral destinadas a uma nobreza entusiasta da falcoaria que concentrava desmedido poder e se mostrava disposta a oferecer atrativas recompensas por exemplares trazidos do além-mar. Vigente ao menos desde 1509, esse tráfico abarcava tanto representantes dos Accipitridae quanto dos Falconidade, havendo registros documentais ou iconográficos para o japacanim (Spizaetus ornatus), o falcão-peregrino (Falco peregrinus) e o falcão-de-coleira (Falco femoralis) – provavelmente o misterioso "aleto" pelo qual se pagavam quantias exorbitantes. A documentação disponível também menciona a surpreendente captura de um gerifalte (Falco rusticolus) ao largo da costa do Brasil – a primeira referência conhecida dessa espécie para o hemisfério sul. Tal como foi comprovado para vários outros grupos zoológicos no continente americano, os dados existentes sugerem a forte possibilidade de algumas rapineiras neotropicais terem sido bem mais numerosas no período colonial.