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Abstract
A transição energética no Brasil se diferencia de outros processos implementados em nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Dada elevada presença de fontes renováveis nas matrizes energética e elétrica nacional, a transição aparentemente já ocorreu no país. Contudo, identificam-se na Amazônia brasileira uma forte dependência de geração elétrica com combustível fóssil que, além de ineficiente, possui um custo de operação elevado. Tal fato motivou a formação de redes de advocacy em prol da transição energética regional baseada em tecnologias renováveis. Assim, este trabalho questiona como a rede local de advocacy está comprometida com a transição energética amazônica. A hipótese do estudo é que a rede local de advocacy tende a adotar propostas pragmáticas de transição, caracterizadas pela adoção de tecnologias renováveis sem romper bruscamente o regime dos combustíveis fósseis. Neste sentido, o objetivo do artigo é analisar os grupos de interesse que formam a rede local de advocacy favorável à inserção das tecnologias renováveis na Amazônia, concentrando-se no caso do Fórum de Energias Renováveis de Roraima (FERR). Os procedimentos metodológicos adotados para atingir o objetivo foram determinados por uma análise integrativa que contou com uma revisão da literatura sobre o papel dos atores na construção do sistema específico de inovação tecnológica (SEIT) e um estudo de caso sobre a atuação do FERR na transição energética em Roraima. Para fundamentar o estudo de caso, revisou-se notícias e material audiovisual do FERR entre 2019 e abril de 2021. Após combinar o referencial teórico e o estudo de caso, o estudo concluiu que os membros do FERR preferem soluções pragmáticas, que não rompem bruscamente com o regime vigente, uma vez que a rede cumpre parcialmente as funções de um SEIT, carecendo de apoio da sociedade e da indústria para buscar propostas mais ambiciosas de transição energética junto ao governo brasileiro.