{"title":"Economias alternativas, ultraliberalismo e pandemia: Mulheres na agroecologia no Brasil","authors":"Natália Santos Lobo, Liliam Telles, Isabelle Hillenkamp","doi":"10.30553/sociologiaonline.2023.31.4","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A orientação ultraliberal e autoritária dos governos brasileiros desde 2016 implicaram o desmonte das políticas públicas de apoio às economias alternativas e colocaram suas e seus sujeitos num cenário de crise, aprofundado com a pandemia de COVID-19. Este artigo visa contribuir, desde uma perspectiva feminista, para a reflexão sobre o significado desse momento na trajetória da agroecologia, como parte das economias alternativas no Brasil. Baseia-se numa pesquisa com organizações de agricultoras agroecológicas conduzida em 2020 em duas regiões do país, por meio de entrevistas realizadas presencial e virtualmente. Propõe um marco conceitual das economias alternativas, articulando democracia, espaços públicos, solidariedade, pluralidade econômica e gênero. Evidencia os efeitos conflitantes do protagonismo feminino na agroecologia, entre construção de mercados solidários, aumento da produção e ganho de autonomia, por um lado, e reprodução da divisão sexual do trabalho e sobrecarga de trabalho, por outro.","PeriodicalId":212879,"journal":{"name":"SOCIOLOGIA ON LINE","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"SOCIOLOGIA ON LINE","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.30553/sociologiaonline.2023.31.4","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A orientação ultraliberal e autoritária dos governos brasileiros desde 2016 implicaram o desmonte das políticas públicas de apoio às economias alternativas e colocaram suas e seus sujeitos num cenário de crise, aprofundado com a pandemia de COVID-19. Este artigo visa contribuir, desde uma perspectiva feminista, para a reflexão sobre o significado desse momento na trajetória da agroecologia, como parte das economias alternativas no Brasil. Baseia-se numa pesquisa com organizações de agricultoras agroecológicas conduzida em 2020 em duas regiões do país, por meio de entrevistas realizadas presencial e virtualmente. Propõe um marco conceitual das economias alternativas, articulando democracia, espaços públicos, solidariedade, pluralidade econômica e gênero. Evidencia os efeitos conflitantes do protagonismo feminino na agroecologia, entre construção de mercados solidários, aumento da produção e ganho de autonomia, por um lado, e reprodução da divisão sexual do trabalho e sobrecarga de trabalho, por outro.