Marta Lígia Pomim Valentim, Luciana Gomes, Daniel Martínez-Ávila
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Abstract
O pensamento iluminista ao assumir à centralidade no desenvolvimento científico ocupado anteriormente pela religião buscou a razão em detrimento à fé apostando na Ciência toda sua racionalidade. Nesse contexto, ocorre o embate entre Modernidade e Capitalismo, que se apropriou de novas possibilidades de conhecimento gerado em uma nova perspectiva de Ciência, para legitimar sua relação com a natureza e com o homem. As críticas feitas à Modernidade e a discussão acerca de sua superação pela Pós-Modernidade revelam os problemas advindos do modo de produção e de suas novas configurações, a proposição de abandono o processo histórico e a liquidez das relações atendem aos anseios dessa nova dinâmica, os meios de comunicação trazem a necessidade permanente de novas informações com a fragmentação do tempo e uma série de presentes perpétuos (JAMESON 1984). Diante do desenvolvimento tecnológico a vida se torna vitrine exposta em redes sociais, o momento a ser vivido é o presente, em grande medida exposto pelas redes, gerando a fragmentação e a impossibilidade de projetos emancipatórios ou de reconhecimento de pertencimento do indivíduo. A promessa pós-moderna de desenvolvimento ilimitado e fim das fronteiras reforça a lógica individualistas e impossibilita o desenvolvimento de identidade enquanto sujeitos coletivos, negando ao homem a condição de sujeito histórico. No discurso pós-moderno, destacado por Boaventura (1999), por meio de três perplexidades, ocorre à desvalorização da economia em detrimento do político, social e cultural, no enfraquecimento dos Estados com a internacionalização da economia e o indivíduo como protagonista de mudanças. Neste trabalho, pretende-se analisar a relação entre a modernidade e a pós-modernidade e suas contribuições e fracassos. Diante da perspectiva dialética busca-se compreender que as perspectivas deste novo paradigma são de grande valor e necessários ao debate, entretanto, as relações de trabalho e acumulação capitalista permanecem dominantes, bem como o consumo, mesmo diante do esgotamento de recursos naturais. A responsabilização individual tende a valorizar o discurso da meritocracia e a permanência do conceito de classes se torna essencial para a compreensão e o rompimento com as relações sociais e políticas vigentes.