{"title":"A (re)escrita de nossa história na memória-histórica mediante um locus ético-vivenciado","authors":"Ângela Márcia Dos Santos Façanha","doi":"10.31668/icone.v22i2.13330","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"No cenário sociocultural brasileiro a população negra e seus diferentes aspectos culturais, nas representações construídas mediante um discurso hegemônico na cultura brasileira, são marcados por um processo de desvalorização que culmina na marginalização do povo negro. Esse aspecto está presente nos diversos discursos políticos e artísticos que se configuram como discursos sociais, estando relacionados às visões de mundo eurocêntricas, como podemos ver nas diversas obras literárias que abordam o povo negro, como O Cortiço, de Aluísio Azevedo, narrativa centrada na estética naturalista presente no meio social brasileiro do século XIX; Macunaíma, de Mário de Andrade, vinculado à famigerada primeira geração modernista; dentre outras narrativas que ao longo da história literária brasileira. Obras literárias que partindo de um locus discursivos de fora das vivências da população negra inscreve uma construção de imagens, carregadas de valores depreciativos, em torno da população negra. Contudo, nos últimos anos está surgindo no cenário cultural, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, discursos que buscam reescrever a imagem da população negra na memória-histórica partindo de um locus social de sujeitos discursivos negros. Pensando nessas obras literárias que partem de sujeitos discursivos negros, neste trabalho construímos uma discussão abordando o poema Canção de ninar para um negro (2020), de Merlem Alves, e o poema/canção Boi da Cara Branca (2019), recriação da cantiga de ninar “Boi da Cara Preta”, de Élio Ferreira, tentando entender como ocorre a (re)escrita da imagem do povo negro no imaginário social mediante uma construção discursiva que surge em locus ético-vivenciado.","PeriodicalId":203149,"journal":{"name":"Ícone - Revista de Letras (ISSN 1982-7717)","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Ícone - Revista de Letras (ISSN 1982-7717)","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.31668/icone.v22i2.13330","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
No cenário sociocultural brasileiro a população negra e seus diferentes aspectos culturais, nas representações construídas mediante um discurso hegemônico na cultura brasileira, são marcados por um processo de desvalorização que culmina na marginalização do povo negro. Esse aspecto está presente nos diversos discursos políticos e artísticos que se configuram como discursos sociais, estando relacionados às visões de mundo eurocêntricas, como podemos ver nas diversas obras literárias que abordam o povo negro, como O Cortiço, de Aluísio Azevedo, narrativa centrada na estética naturalista presente no meio social brasileiro do século XIX; Macunaíma, de Mário de Andrade, vinculado à famigerada primeira geração modernista; dentre outras narrativas que ao longo da história literária brasileira. Obras literárias que partindo de um locus discursivos de fora das vivências da população negra inscreve uma construção de imagens, carregadas de valores depreciativos, em torno da população negra. Contudo, nos últimos anos está surgindo no cenário cultural, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, discursos que buscam reescrever a imagem da população negra na memória-histórica partindo de um locus social de sujeitos discursivos negros. Pensando nessas obras literárias que partem de sujeitos discursivos negros, neste trabalho construímos uma discussão abordando o poema Canção de ninar para um negro (2020), de Merlem Alves, e o poema/canção Boi da Cara Branca (2019), recriação da cantiga de ninar “Boi da Cara Preta”, de Élio Ferreira, tentando entender como ocorre a (re)escrita da imagem do povo negro no imaginário social mediante uma construção discursiva que surge em locus ético-vivenciado.
在巴西的社会文化场景中,黑人人口及其不同的文化方面,在巴西文化中霸权话语构建的表征中,被标记为一个贬值的过程,最终导致黑人的边缘化。这方面存在的不同的艺术和政治演讲是演讲,与社会的世界观也可以看到欧洲中心论,在各种文学作品表达黑人贫民窟。人一样Aluísio不是,以叙事美学博物学家曾在19世纪巴西社会环境;macunaima, mario de Andrade,与臭名昭著的第一代现代主义有关;在巴西文学史上的其他叙事中。文学作品从黑人经历之外的话语轨迹出发,镌刻了一种围绕黑人人口的形象建构,充满了贬损的价值。然而,近年来,特别是从20世纪下半叶开始,文化场景中出现了一些话语,试图从黑人话语主体的社会轨迹出发,在历史记忆中改写黑人人口的形象。在想这些文学作品做出了discursivos黑人,这个工作我们建造了一个讨论中这首摇篮曲Merlem黑人(2020)的阿尔维斯,这首诗/歌脸上白牛(2019),视图的歌睡觉的“牛”黑的脸,埃利奥•费雷拉试图了解发生的(重新)文字意象的黑人形象的社会建设以来出现在道德-vivenciado轨迹。