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Abstract
Apresentam-se os casos de duas vilas operárias, localizadas no Estado do Rio de Janeiro, que remanesceram após o desaparecimento das respectivas fábricas de tecidos que lhes deram origem. Tratam-se da vila operária da Fábrica Cometa, no Meio da Serra – distrito de Petrópolis/RJ– e da Vila Operária da Fábrica de Tecidos Carioca, no bairro do Jardim Botânico, zona sul da Cidade do Rio de Janeiro, ambas protegidas em nível federal e municipal, respectivamente. A escolha se deu em virtude de consistirem em casos raros, no contexto do patrimônio industrial fluminense, especialmente no que diz respeito à permanência de ex-operários e descendentes como moradores e edificações que remontam às funções originais. Abordam-se, dentre outros aspectos, o processo de construção das vilas operárias, as estratégias de dominação e controle social adotadas pelos donos das fábricas, a formação de memórias positivas aos ex-operários e a inexistência de políticas habitacionais que garantam o efetivo acesso a moradias de boa qualidade. Os casos escolhidos destacam o reconhecimento pelo Estado da sua importância cultural, bem como da necessidade da continuidade das funções habitacionais de interesse social. Os objetivos específicos destacam uma breve análise dos diferentes contextos sociais e econômicos estabelecidos no Brasil, a partir do século XIX, que viabilizaram o surgimento e o declínio das fábricas de tecido; as características arquitetônicas das fábricas de tecidos de algodão e suas vilas operárias; e especificidades das vilas operárias do Jardim Botânico e do Meio da Serra: suas arquiteturas e memórias, por meio de depoimentos de ex-operários.