{"title":"A DIFÍCIL ARTE DE SER PROFESSOR INDÍGENA: O ENSINO DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL","authors":"Cristiane do Socorro dos Santos Nery, I. Mendes","doi":"10.12957/riae.2023.70480","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A arte indígena, em suas diferentes formas de representação, tais como: pintura, música, dança e artesanato, expressa processos socioculturais de produção, refinamento e atualização do conhecimento que é passado de geração a geração. Esses processos envolvem um modo de comunicar, ensinar e aprender que é próprio das sociedades indígenas. Ser professor indígena na contemporaneidade requer mobilizar os saberes da tradição e os saberes escolares, tendo em vista o desenvolvimento de currículos e metodologias em consonância com a realidade da comunidade. É com esse princípio que se inicia a discussão neste artigo, cujo objetivo foi identificar os desafios e avanços no ensino de matemática a partir do currículo e dos relatos etnográficos de professores indígenas das séries iniciais do ensino fundamental. Discorre-se sobre as dificuldades no ensino de matemática nas escolas indígenas do Amapá, a partir de um estudo documental e de entrevistas semiestruturadas com professores indígenas. No referencial teórico, entra em cena os conceitos de saberes da tradição e currículo. Os resultados revelaram que o ensino de matemática na educação escolar indígena é um desafio a ser enfrentado pelos professores indígenas, a comunidade, as lideranças e os professores (não-indígenas) militantes, tendo em vista a efetivação de um currículo escolar que dialogue com os saberes da tradição. Por fim, indica-se a importância da realização de novos estudos que discutam sobre o currículo, as metodologias de ensino e o diálogo com os saberes da tradição em contexto indígena.","PeriodicalId":426562,"journal":{"name":"Revista Interinstitucional Artes de Educar","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-03-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Interinstitucional Artes de Educar","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12957/riae.2023.70480","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A arte indígena, em suas diferentes formas de representação, tais como: pintura, música, dança e artesanato, expressa processos socioculturais de produção, refinamento e atualização do conhecimento que é passado de geração a geração. Esses processos envolvem um modo de comunicar, ensinar e aprender que é próprio das sociedades indígenas. Ser professor indígena na contemporaneidade requer mobilizar os saberes da tradição e os saberes escolares, tendo em vista o desenvolvimento de currículos e metodologias em consonância com a realidade da comunidade. É com esse princípio que se inicia a discussão neste artigo, cujo objetivo foi identificar os desafios e avanços no ensino de matemática a partir do currículo e dos relatos etnográficos de professores indígenas das séries iniciais do ensino fundamental. Discorre-se sobre as dificuldades no ensino de matemática nas escolas indígenas do Amapá, a partir de um estudo documental e de entrevistas semiestruturadas com professores indígenas. No referencial teórico, entra em cena os conceitos de saberes da tradição e currículo. Os resultados revelaram que o ensino de matemática na educação escolar indígena é um desafio a ser enfrentado pelos professores indígenas, a comunidade, as lideranças e os professores (não-indígenas) militantes, tendo em vista a efetivação de um currículo escolar que dialogue com os saberes da tradição. Por fim, indica-se a importância da realização de novos estudos que discutam sobre o currículo, as metodologias de ensino e o diálogo com os saberes da tradição em contexto indígena.