Karen Rodrigues Vieira Carvalho, Ana Laura de Melo Silveira, J. M. Amaral, Leonardo Camargos Saliba
{"title":"ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA MUCORMICOSE FRENTE À OCORRÊNCIA DE NOVOS CASOS","authors":"Karen Rodrigues Vieira Carvalho, Ana Laura de Melo Silveira, J. M. Amaral, Leonardo Camargos Saliba","doi":"10.51161/ii-conamic/21","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A mucormicose é uma patologia infectocontagiosa rara e oportunista, causada por fungos da ordem Mucorales. Ocorre principalmente em pacientes transplantados, diabéticos e imunossuprimidos, como portadores de doenças hematológicas e em uso crônico de corticoides e quimioterápicos. Tem caráter progressivo e, se não tratada pode ser fatal. Dentre as formas de apresentação se destaca a rinocerebral, responsável por cerca de 40% dos casos e atingindo a mucosa nasal com invasão secundaria dos seios paranasais, orbita e cérebro. A cetoacidose diabética constitui o mais importante dos fatores de risco, pois acentua características patogênicas do Rhizopus spp como a angioinvasão e a captação de ferro. Recentemente a covid 19, ao causar imunossupressão, além de seu tratamento com corticoesteroides, foi responsável pelo novo aumento de casos. Objetivo: Identificar as principais abordagens e atualizações no tratamento dessa patologia. Material e métodos: Revisão bibliográfica de artigos e teses sobre o referido tema, encontrados no PubMed e Google Scholar. Foram selecionados artigos fossem em português e/ou inglês, publicados de 2004 a 2021. Resultados: O tratamento é composto por três pilares: a cirurgia, o medicamentoso e o tratamento da comorbidade de base. O tratamento farmacológico preconizado é a Anfotericina B, na dose 1.0-1.5 mg/Kg/dia durante semanas a meses. Entre seus efeitos colaterais, se destaca a nefrotoxidade. A sua forma lipossomal, em dispersão coloidal e em complexo lipídico tem mostrado um aumento na segurança e eficácia. A utilização de fatores estimuladores de crescimento de colônias granulocíticas também é uma opção. Uma atualização promissora é a oxigenioterapia hiperbárica, que exerce seus efeitos através da alta concentração de oxigênio dissolvido nos líquidos teciduais, promovendo uma proliferação de fibroblastos, neovascularização, atividade osteoclásticas e osteoblásticas, e ação antimicrobiana potencializada. A cirurgia, por sua vez, é extensa. Preconiza margem de segurança e debridamento de todo tecido necrótico, sendo preferível a realização por via aberta. Conclusão: A mortalidade de 50% mesmo com as medidas adequadas é preocupante, está relacionada principalmente à gravidade das comorbidades de base destes pacientes e à disseminação da infecção, com possível envolvimento do SNC. Isso justifica a importância de um tratamento precoce e de constantes atualizações sobre o tema.","PeriodicalId":128123,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Nacional de Microbiologia Clínica On-line","volume":"24 9 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Nacional de Microbiologia Clínica On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/ii-conamic/21","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: A mucormicose é uma patologia infectocontagiosa rara e oportunista, causada por fungos da ordem Mucorales. Ocorre principalmente em pacientes transplantados, diabéticos e imunossuprimidos, como portadores de doenças hematológicas e em uso crônico de corticoides e quimioterápicos. Tem caráter progressivo e, se não tratada pode ser fatal. Dentre as formas de apresentação se destaca a rinocerebral, responsável por cerca de 40% dos casos e atingindo a mucosa nasal com invasão secundaria dos seios paranasais, orbita e cérebro. A cetoacidose diabética constitui o mais importante dos fatores de risco, pois acentua características patogênicas do Rhizopus spp como a angioinvasão e a captação de ferro. Recentemente a covid 19, ao causar imunossupressão, além de seu tratamento com corticoesteroides, foi responsável pelo novo aumento de casos. Objetivo: Identificar as principais abordagens e atualizações no tratamento dessa patologia. Material e métodos: Revisão bibliográfica de artigos e teses sobre o referido tema, encontrados no PubMed e Google Scholar. Foram selecionados artigos fossem em português e/ou inglês, publicados de 2004 a 2021. Resultados: O tratamento é composto por três pilares: a cirurgia, o medicamentoso e o tratamento da comorbidade de base. O tratamento farmacológico preconizado é a Anfotericina B, na dose 1.0-1.5 mg/Kg/dia durante semanas a meses. Entre seus efeitos colaterais, se destaca a nefrotoxidade. A sua forma lipossomal, em dispersão coloidal e em complexo lipídico tem mostrado um aumento na segurança e eficácia. A utilização de fatores estimuladores de crescimento de colônias granulocíticas também é uma opção. Uma atualização promissora é a oxigenioterapia hiperbárica, que exerce seus efeitos através da alta concentração de oxigênio dissolvido nos líquidos teciduais, promovendo uma proliferação de fibroblastos, neovascularização, atividade osteoclásticas e osteoblásticas, e ação antimicrobiana potencializada. A cirurgia, por sua vez, é extensa. Preconiza margem de segurança e debridamento de todo tecido necrótico, sendo preferível a realização por via aberta. Conclusão: A mortalidade de 50% mesmo com as medidas adequadas é preocupante, está relacionada principalmente à gravidade das comorbidades de base destes pacientes e à disseminação da infecção, com possível envolvimento do SNC. Isso justifica a importância de um tratamento precoce e de constantes atualizações sobre o tema.