Fatores associados à carga viral indetectável após seis meses de início do tratamento entre pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana: estudo de coorte histórica
Gerson Barreto Winkler, Daniela Fernanda dos Santos Alves, L. Egres, Dariana Pimentel Gomes Hubner, Jonatan da Rosa Pereira da Silva, Mateus Espíndola de Moraes, V. S. Casaroto, Cristine Coelho Cazeiro, Bruna Hentges, L. B. Teixeira
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Abstract
Introdução: Atingir a carga viral indetectável é uma das metas estabelecidas para o fim da epidemia de vírus da imunodeficiência humana até 2030, uma que vez pessoas que vivem com o vírus indetectáveis possuem melhor qualidade de vida, têm menos chances de infectar outras pessoas e, por consequência, podem contribuir para a redução da carga viral comunitária. Objetivo: Analisar variáveis sociodemográficas e relativas ao momento do diagnóstico associadas à carga viral indetectável após seis meses de tratamento entre pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana assistidas em um serviço de atenção especializada. Métodos: Estudo de coorte histórica de 2013 e 2019 realizado com dados oriundos de sistemas nacionais de informação. As pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana foram classificadas em relação à carga viral após seis meses de início do tratamento - indetectáveis ou não. Comparações entre os grupos foram realizadas pela estatística de qui-quadrado de Pearson. Resultados: Foram analisados dados de 194 pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana. A maioria eram homens (69,6%), não negros (62,2%), com escolaridade em nível médio (27,8%) e idade média de 35,5 anos±10,4 anos. Desses, 122 possuíam exame de carga viral após seis meses de início de tratamento e 53% (n=65) atingiram a carga viral indetectável. As variáveis ter recebido a terapia antirretroviral em 30 dias ou menos após o seu diagnóstico (p=0,003) e CD4 inicial >501 células/mm³ (p=0,007) se associaram com a carga viral indetectável após seis meses de tratamento. Conclusão: Os resultados reforçam a importância do diagnóstico e início do tratamento antirretroviral entre pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana, uma vez que não ter atingido a carga viral indetectável após seis meses pode estar relacionado tanto ao diagnóstico tardio da doença quanto com a demora na dispensação da medicação. Nesse sentido, são necessárias estratégias para ampliar a oferta e procura por testagem para vírus da imunodeficiência humana e redução do tempo de espera para o início da terapia antirretroviral.