{"title":"Terremoto Clandestino: A música rompe fronteiras","authors":"Júlia De Freitas Motta","doi":"10.23925/1982-4807.2019i25p97-109","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A partir de janeiro de 2019, reúne-se semanalmente no Rio de Janeiro o bloco Terremoto Clandestino, formado por pessoas em situação de refúgio, imigrantes e brasileiros. Por meio de um trabalho etnográfico, acompanhei durante um ano o bloco intercultural que conta com integrantes de diversos países da África, América Latina e Europa. Neste artigo, procuro refletir como a criação do Terremoto Clandestino colabora na construção de narrativas identitárias e na busca para desconstrução de estereótipos, nos quais as diferenças socioculturais das pessoas em situação de refúgio muitas vezes não são levadas em conta. O artigo pretende mostrar também como as letras e as performances do grupo tornam-se ferramentas de luta política contra o machismo, o racismo e a xenofobia. Mais do que estabelecer uma nova atividade cultural na cidade, os ensaios e apresentações do grupo vêm se firmando como um entre-lugar, em que se questiona a condição de estar refugiado no Brasil.","PeriodicalId":410039,"journal":{"name":"Ponto-e-Vírgula : Revista de Ciências Sociais","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Ponto-e-Vírgula : Revista de Ciências Sociais","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.23925/1982-4807.2019i25p97-109","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A partir de janeiro de 2019, reúne-se semanalmente no Rio de Janeiro o bloco Terremoto Clandestino, formado por pessoas em situação de refúgio, imigrantes e brasileiros. Por meio de um trabalho etnográfico, acompanhei durante um ano o bloco intercultural que conta com integrantes de diversos países da África, América Latina e Europa. Neste artigo, procuro refletir como a criação do Terremoto Clandestino colabora na construção de narrativas identitárias e na busca para desconstrução de estereótipos, nos quais as diferenças socioculturais das pessoas em situação de refúgio muitas vezes não são levadas em conta. O artigo pretende mostrar também como as letras e as performances do grupo tornam-se ferramentas de luta política contra o machismo, o racismo e a xenofobia. Mais do que estabelecer uma nova atividade cultural na cidade, os ensaios e apresentações do grupo vêm se firmando como um entre-lugar, em que se questiona a condição de estar refugiado no Brasil.