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Abstract
O objeto deste artigo é a série Onde nascem os fortes (TV Globo, 2018), escrita para exibição em canal aberto de televisão, em ano eleitoral e filmada no cariri paraibano. A partir do título e da ambiência, percebemos uma configuração que remete ao livro Os sertões (1902). Objetiva-se perscrutar como o conceito de sertão é trabalhado na obra, identificar a dialogia com o livro euclidiano e investigar o modo como as desigualdades sociais detectadas pelo escritor no início do século XX permanecem neste século XXI com impressionante atualidade. Ademais, o território sertanejo revela-se como poderoso cronotopo (BAKHTIN, 2003), em forte simetria com a linha abissal da Sociologia das Ausências (SANTOS, 2004). Elege-se o capítulo de estreia como evidenciador de pontos fundamentais da diegese, a partir de metodologia baseada na técnica da minutagem, através da qual analisa-se as estratégias de construção narrativa (MOTTA, 2013), bem como os procedimentos de elaboração do roteiro (MACIEL, 2017). Conclui-se que o episódio inaugural figura como síntese importante para o desenvolvimento da trama, apresentando cenas nas quais diversas percepções destacadas por Euclides da Cunha aparecem e dão pistas de como o roteiro prosseguirá, embora trazendo ressignificações para o espaço sertanejo e os personagens que o habitam.