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Abstract
Nosso trabalho pretende mostrar, brevemente, a formulação do conceito de éthos na retórica antiga, particularmente sob a visão de Aristóteles, na Ars rhetorica, e sua recepção no mundo romano, concentrada, pelos limites deste artigo, em alguns tratados de Cícero. Desse modo, tencionamos evidenciar de que modo a formulação de tal elemento transitava no mundo antigo e como poderia se manifestar na atuação e na formação do orador. Palavras-chave: retórica; éthos; discurso; orador. Introdução Aristóteles, na sua Ars Rhetorica, elenca três tipos de argumentos ou instrumentos de persuasão de que se deve valer o orador para tornar seu discurso eficaz: o lógos, o páthos e o éthos. O primeiro é de ordem racional e refere-se ao discurso propriamente dito; o segundo procura dar conta das emoções a serem suscitadas no auditório; e o éthos diz respeito à elaboração da imagem que faz de si o orador diante de uma assembleia, a fim de conseguir sua adesão. Nosso trabalho procurará mostrar brevemente a formulação deste último conceito em alguns autores antigos, particularmente sob a perspectiva de Aristóteles e da recepção romana, concentrada, pelos limites deste trabalho, em algumas obras teóricas de Cícero. Desse modo, sem a intenção de aprofundar a questão ou de acrescentar novas teorias a um velho problema, pretendemos apenas traçar um quadro panorâmico a respeito de como a formulação de tal elemento transitava no mundo antigo, da maneira como descreveram os autores acima. Para tanto, será necessário discutir que imagem fazia de si o orador diante de um auditório e, na mesma via, como o ouvinte possivelmente recebia tal projeção. Enfim, dentro das convenções retóricas, procuraremos entender qual o papel das emoções e do caráter manifestado e desejado tanto pelo orador, como pelo seu cliente e pela audiência no discurso