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Abstract
O presente trabalho pretende analisar, embora de forma preliminar, as relações entre matriarcado e patriarcado no contexto africano. O assunto sempre foi polêmico. Os dois sistemas trata-se de organizações sociais diferentes. No contexto africano, algumas literaturas mostram que o patriarcado precedeu a colonização, mas assumiu novos contornos com a invasão colonial, enquanto outras, embora reconheçam as desigualdades e assimetrias de gênero, apontam o patriarcado como resultado da invasão colonial europeia. Com as teorias evolucionistas, o matriarcado é descrito como a fase inferior da civilização humana, sendo considerado pela visão ocidental etnocêntrica, como um status de barbárie e de selvageria. Metodologicamente, a pesquisa é de cunho descritivo e analítico, de caráter bibliográfico. Portanto, diferentemente da cosmovisão ocidental patriarcal, a ideia da filiação nas sociedades matrilineares calcula-se através da linha materna e não da linha paterna. Nelas as mulheres não estão associadas à sujeição, mas à estabilização econômica, à segurança da coletividade e aos guardiões das provisões. Nas sociedades onde o matriarcado não foi alterado pelo colonialismo, patriarcado e outros fatores exógenos, as mulheres continuam a ter grandes poderes e transmitem o direito público na sua sociedade.