{"title":"DISCURSO DA MESTIÇAGEM COMO POLÍTICA COLONIAL PORTUGUESA","authors":"Igor Santos Carneiro","doi":"10.18764/2595-1033v5n13.2022.31","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo analisa o discurso dos intelectuais cabo-verdianos da Claridade. Estes agentes históricos, situados no contexto de colonialismo lusitano, tinham como objetivo representar Cabo Verde como a colônia modelo no império Português. Devido a isso recorreram as narrativas de Gilberto Freyre a respeito da mestiçagem racial presente no Brasil para reforçar o discurso colonial de que a sociedade local era crioula. Partindo da teoria de Foucault, podemos analisar as práticas discursivas e entendê-las como sistemas de representação. Além disso, o artigo não ignora as especificidades do colonialismo luso, pois busca para o debate as diferentes abordagens imperialistas comuns ao século XX, sendo elas a francesa, inglesa e portuguesa. Esta última, preocupada na perpetuação da dominação sobre África, abraçou o discurso da mestiçagem como política imperial.","PeriodicalId":369420,"journal":{"name":"Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18764/2595-1033v5n13.2022.31","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O artigo analisa o discurso dos intelectuais cabo-verdianos da Claridade. Estes agentes históricos, situados no contexto de colonialismo lusitano, tinham como objetivo representar Cabo Verde como a colônia modelo no império Português. Devido a isso recorreram as narrativas de Gilberto Freyre a respeito da mestiçagem racial presente no Brasil para reforçar o discurso colonial de que a sociedade local era crioula. Partindo da teoria de Foucault, podemos analisar as práticas discursivas e entendê-las como sistemas de representação. Além disso, o artigo não ignora as especificidades do colonialismo luso, pois busca para o debate as diferentes abordagens imperialistas comuns ao século XX, sendo elas a francesa, inglesa e portuguesa. Esta última, preocupada na perpetuação da dominação sobre África, abraçou o discurso da mestiçagem como política imperial.