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Abstract
Resumo Entre mães e familiares de vítimas do Estado, a possiblidade de vivenciar e de elaborar o luto está intensamente vinculada ao reconhecimento público da denúncia. No entanto, mobilizações e demandas são respondidas com represálias; as mortes e desaparecimentos não são plenamente percebidos como problemas sociais e reconhecidos enquanto homicídios. Por meio de um estudo de caso, que se arrasta por quinze anos sem solução jurídica, intenciono interpretar a expressão dos sentimentos maternos como recurso político e de sensibilização. Observo uma biografia moral e afetiva como ampliação discursiva e emocional de experiências maternas desencadeadas e construídas ao longo da percepção do evento crítico que é o desaparecimento forçado e analiso modalidades de afirmação que se desenrolam quando a violência é movimentada na fronteira entre denúncia e relações correntes.