Andressa Caroline Kuzma, E. Schutz, Isabella Dal Piva Nogueira, Winicius Gomes Valadão, Caroline Gonçalves dos Santos, Rodrigo Bianchi Zancanaro, S. Guedes, Elisa Carolina de Almeida Negrello, Mariana de Oliveira Kaneta, Juliana Gerhardt Moroni
{"title":"Relato de caso: intoxicação cumarínica levando a diagnóstico oportuno de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana/aids","authors":"Andressa Caroline Kuzma, E. Schutz, Isabella Dal Piva Nogueira, Winicius Gomes Valadão, Caroline Gonçalves dos Santos, Rodrigo Bianchi Zancanaro, S. Guedes, Elisa Carolina de Almeida Negrello, Mariana de Oliveira Kaneta, Juliana Gerhardt Moroni","doi":"10.5327/dst-2177-8264-202133p214","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Em muitas situações, a aids não é vista como a primeira possibilidade entre os diagnósticos diferenciais. Por isso, neste caso, destaca-se a associação entre intoxicação por cumarínicos e infecção por vírus da imunodeficiência humana, desvendada na revisão de sistemas. Objetivo: Relatar caso clínico de aids concomitante à intoxicação por cumarínicos. Métodos: Estudo descritivo por meio da análise retrospectiva de prontuário médico eletrônico. Resultados: Mulher, 56 anos, diabética e hipertensa, foi internada com rebaixamento do nível de consciência devido a gengivorragia e hematúria maciças. Na ocasião, acompanhantes informaram que paciente fazia uso de varfarina por tromboembolismo pulmonar prévio e anti-inflamatórios por epigastralgia crônica. Ao exame, KPTT e RNI não coaguláveis firmaram o diagnóstico de intoxicação cumarínica, revertida com a administração de vitamina K. Após recobrar a consciência, foi realizada a revisão de sistemas, sendo descobertos emagrecimento de 40 kg em 8 meses, uso frequente de antibióticos por faringoamigdalites de repetição, úlceras em membros inferiores e em vulva. Durante o internamento, apresentou linfopenia, candidíase oroesofágica, além de flogose em joelho esquerdo, sendo diagnosticada artrite séptica tendo as úlceras em membros inferiores como porta de entrada. Baseado nesses achados, foi levantada a hipótese de imunossupressão, como vasculite ou neoplasia, porém o resultado da sorologia para vírus da imunodeficiência humana foi reagente e o diagnóstico final foi aids, tendo como doenças definidoras a síndrome consumptiva associada ao vírus da imunodeficiência humana e candidíase esofágica. A paciente recebeu alta hospitalar após evolução satisfatória do caso, para tratamento ambulatorial. Conclusão: Em enfermarias de clínica médica, diante de casos de manifestações clínicas que sugerem imunossupressão, o diagnóstico de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana deve ser uma das hipóteses diagnósticas. Além disso, fazem-se necessárias medidas de saúde pública que permitam o diagnóstico da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana de forma ambulatorial (como campanhas de rastreio e oferecimento do teste em qualquer consulta médica) antes que progrida para a aids.","PeriodicalId":350000,"journal":{"name":"Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/dst-2177-8264-202133p214","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Em muitas situações, a aids não é vista como a primeira possibilidade entre os diagnósticos diferenciais. Por isso, neste caso, destaca-se a associação entre intoxicação por cumarínicos e infecção por vírus da imunodeficiência humana, desvendada na revisão de sistemas. Objetivo: Relatar caso clínico de aids concomitante à intoxicação por cumarínicos. Métodos: Estudo descritivo por meio da análise retrospectiva de prontuário médico eletrônico. Resultados: Mulher, 56 anos, diabética e hipertensa, foi internada com rebaixamento do nível de consciência devido a gengivorragia e hematúria maciças. Na ocasião, acompanhantes informaram que paciente fazia uso de varfarina por tromboembolismo pulmonar prévio e anti-inflamatórios por epigastralgia crônica. Ao exame, KPTT e RNI não coaguláveis firmaram o diagnóstico de intoxicação cumarínica, revertida com a administração de vitamina K. Após recobrar a consciência, foi realizada a revisão de sistemas, sendo descobertos emagrecimento de 40 kg em 8 meses, uso frequente de antibióticos por faringoamigdalites de repetição, úlceras em membros inferiores e em vulva. Durante o internamento, apresentou linfopenia, candidíase oroesofágica, além de flogose em joelho esquerdo, sendo diagnosticada artrite séptica tendo as úlceras em membros inferiores como porta de entrada. Baseado nesses achados, foi levantada a hipótese de imunossupressão, como vasculite ou neoplasia, porém o resultado da sorologia para vírus da imunodeficiência humana foi reagente e o diagnóstico final foi aids, tendo como doenças definidoras a síndrome consumptiva associada ao vírus da imunodeficiência humana e candidíase esofágica. A paciente recebeu alta hospitalar após evolução satisfatória do caso, para tratamento ambulatorial. Conclusão: Em enfermarias de clínica médica, diante de casos de manifestações clínicas que sugerem imunossupressão, o diagnóstico de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana deve ser uma das hipóteses diagnósticas. Além disso, fazem-se necessárias medidas de saúde pública que permitam o diagnóstico da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana de forma ambulatorial (como campanhas de rastreio e oferecimento do teste em qualquer consulta médica) antes que progrida para a aids.