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Abstract
O processo revolucionário haitiano 1791-1804 foi marcado, dentre outros fatores, por vários movimentos de reivindicação por direitos políticos e sociais. No âmbito colonial eles se deram nas lutas contra o trabalho escravo, enquanto entre os sujeitos, os conflitos internos opuseram negros e os chamados mestiços. A desigualdade racial e o preconceito de cor parecem constituir as premissas do colonialismo e da escravidão nessa antiga colônia francesa da América. Jean-Jacques Dessalines, um dos líderes da Revolução Haitiana, exteriorizou, na constituição de sua autoria, publicada em 1805, preocupação quanto a esse aspecto. A historiadora Rogers Dominique concede à questão racial um lugar preponderante na história do Haiti e a considera como critério de diferenciação, não somente nas relações políticas e econômicas, mas sobretudo nas relações sociais. Hannibal Price e Gérad Barthélemy já haviam destacado que a hierarquia social durante a escravidão em São Domingos seguiu critérios claramente raciais: brancos eram senhores, ou seja, superiores, enquanto negros eram escravizados, portanto, inferiores. Uma estrutura que limitava e definia as condições sociais com base na cor da pele não europeia como uma marca indelével, uma fronteira. Em vista disso, este artigo pretende analisar a problemática da questão racial e do preconceito de cor, suas construções e seus desdobramentos durante o período de 1789-1794.