Christopher Frigo, Ketlyn Christine Bonatto Perlin, Júlia Vulpini de Moraes, L. C. S. Silva
{"title":"Acidente ósseo ou variação anatômica no crânio de avestruz (Struthio camelus)? – Relato de Caso","authors":"Christopher Frigo, Ketlyn Christine Bonatto Perlin, Júlia Vulpini de Moraes, L. C. S. Silva","doi":"10.54265/tenj7796","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O avestruz (Struthio camelus) é uma ave doméstica de origem egípcia com grande propagação pelo continente africano. Pode chegar aos 70 anos, medir até 2,8 m de altura e pesar 150 Kg. Considerada como uma ave ratita por não voar, sua criação comercial iniciou há cerca de 150 anos atrás. Assim como nas demais aves o avestruz apresenta muitas características particulares e evidentes no crânio, tais como a presença de apenas um côndilo no osso occipital articulando-se com o atlas, longos e finos arcos jugais que são homólogos ao arco zigomático de mamíferos, assim como os ossos articular e quadrado, respectivamente, homólogos aos ossículos martelo e bigorna da orelha média, a presença de grandes órbitas localizadas rostralmente e um fino septo interorbital. Sabe-se que muitas são as descrições anatômicas referentes ao avestruz até o momento, no entanto não foi encontrado na literatura nem na Nomina Anatômica Aviária a menção de estruturas bilaterais simétricas lateralmente ao osso frontal. Tais estruturas foram observadas ao estudar um espécime de avestruz adulto, fêmea, proveniente de criadouro doméstico na cidade de Maripá-PR, média de 100 Kg, o qual veio à óbito durante procedimento de transfusão sanguínea na propriedade, sendo encaminhado para necropsia no Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal do Paraná-Setor Palotina. Concluída a necropsia, em seguida alguns ossos foram encaminhados ao Laboratório de Anatomia Animal da mesma instituição para estudos. Em laboratório a cabeça do espécime foi descarnada, macerada em água corrente e posteriormente submersa em peróxido de hidrogênio a 20% até seu clareamento, posteriormente exposta ao Sol para secagem. Neste indivíduo notou-se a presença de uma junção óssea bem consolidada e evidente entre o processo lacrimal do osso frontal com o processo nasal lateral do osso nasal, na base do processo supraorbital do osso lacrimal, sendo este último proeminente no animal analisado em ambos os lados. Estes achados geraram assim, dois acidentes ósseos bilaterais, simétricos e inominados na região supraorbital. Tais estruturas apresentavam comprimento máximo rostro-caudal direito de 21,92 mm e esquerdo de 22,70 mm. Largura máxima latero-lateral direita de 9,22 mm e esquerda de 10,83 mm. Por fim a distância máxima entre as duas estruturas foi de 25,63 mm. Tais mensurações foram realizadas por único observador utilizando-se de um paquímetro digital (Starret®), precisão 0,001 mm. Como já citado, tais estruturas encontradas não apresentam descrição anatômica na literatura, desta forma levantou-se o questionamento sobre tais achados durante a maceração do crânio. Outros trabalhos descrevem tanto o processo lacrimal quanto o processo nasal lateral individualizados no avestruz, destoando do crânio deste trabalho, onde tais acidentes ósseos apresentavam-se fusionados com aspecto oval, preenchidos por musculatura esquelética antes da maceração. Considerando a falta da descrição destas estruturas inominadas, não é possível afirmar utilizandose de apenas um crânio se este achado se trata de uma variação anatômica presente no espécime ou de um acidente ósseo característico para a espécie em questão, para tal afirmação também deve-se considerar a senescência dos animais estudados, no presente trabalho a idade do animal adulto estudado não era conhecida. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia, descrição, osteologia, ratitas","PeriodicalId":138940,"journal":{"name":"Anais da Semana Online Científica de Veterinária - SOCVET","volume":"64 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais da Semana Online Científica de Veterinária - SOCVET","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.54265/tenj7796","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O avestruz (Struthio camelus) é uma ave doméstica de origem egípcia com grande propagação pelo continente africano. Pode chegar aos 70 anos, medir até 2,8 m de altura e pesar 150 Kg. Considerada como uma ave ratita por não voar, sua criação comercial iniciou há cerca de 150 anos atrás. Assim como nas demais aves o avestruz apresenta muitas características particulares e evidentes no crânio, tais como a presença de apenas um côndilo no osso occipital articulando-se com o atlas, longos e finos arcos jugais que são homólogos ao arco zigomático de mamíferos, assim como os ossos articular e quadrado, respectivamente, homólogos aos ossículos martelo e bigorna da orelha média, a presença de grandes órbitas localizadas rostralmente e um fino septo interorbital. Sabe-se que muitas são as descrições anatômicas referentes ao avestruz até o momento, no entanto não foi encontrado na literatura nem na Nomina Anatômica Aviária a menção de estruturas bilaterais simétricas lateralmente ao osso frontal. Tais estruturas foram observadas ao estudar um espécime de avestruz adulto, fêmea, proveniente de criadouro doméstico na cidade de Maripá-PR, média de 100 Kg, o qual veio à óbito durante procedimento de transfusão sanguínea na propriedade, sendo encaminhado para necropsia no Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal do Paraná-Setor Palotina. Concluída a necropsia, em seguida alguns ossos foram encaminhados ao Laboratório de Anatomia Animal da mesma instituição para estudos. Em laboratório a cabeça do espécime foi descarnada, macerada em água corrente e posteriormente submersa em peróxido de hidrogênio a 20% até seu clareamento, posteriormente exposta ao Sol para secagem. Neste indivíduo notou-se a presença de uma junção óssea bem consolidada e evidente entre o processo lacrimal do osso frontal com o processo nasal lateral do osso nasal, na base do processo supraorbital do osso lacrimal, sendo este último proeminente no animal analisado em ambos os lados. Estes achados geraram assim, dois acidentes ósseos bilaterais, simétricos e inominados na região supraorbital. Tais estruturas apresentavam comprimento máximo rostro-caudal direito de 21,92 mm e esquerdo de 22,70 mm. Largura máxima latero-lateral direita de 9,22 mm e esquerda de 10,83 mm. Por fim a distância máxima entre as duas estruturas foi de 25,63 mm. Tais mensurações foram realizadas por único observador utilizando-se de um paquímetro digital (Starret®), precisão 0,001 mm. Como já citado, tais estruturas encontradas não apresentam descrição anatômica na literatura, desta forma levantou-se o questionamento sobre tais achados durante a maceração do crânio. Outros trabalhos descrevem tanto o processo lacrimal quanto o processo nasal lateral individualizados no avestruz, destoando do crânio deste trabalho, onde tais acidentes ósseos apresentavam-se fusionados com aspecto oval, preenchidos por musculatura esquelética antes da maceração. Considerando a falta da descrição destas estruturas inominadas, não é possível afirmar utilizandose de apenas um crânio se este achado se trata de uma variação anatômica presente no espécime ou de um acidente ósseo característico para a espécie em questão, para tal afirmação também deve-se considerar a senescência dos animais estudados, no presente trabalho a idade do animal adulto estudado não era conhecida. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia, descrição, osteologia, ratitas