Lucas Albernaz, Ana Júlia Amaral Albernaz, T. Rocha, Rodrigo Chicralla de Almeida, Leandro Naked Chalita
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Abstract
As malformações arteriovenosas com formação de pseudoaneurismas de vasos renais são uma complicação vascular rara, as quais estão associadas etiologicamente à nefrectomia parcial, procedimentos percutâneos, biópsia renal, trauma penetrante e, mais raramente, trauma contuso. Normalmente, possuem detecção clínica incomum e necessitam de alto grau de suspeição clínica, pois são de difícil diagnóstico. Apresentamos o caso de um homem branco de 31 anos com queixa de lombalgia e colúria, trazendo consigo laudo de sedimento urinário com hematúria, proteinúria moderada e dismorfismo eritrocitário. Decorrente disso, foi submetido à biópsia renal percutânea guiada por tomografia computadorizada e recebeu o diagnóstico de nefropatia por IgA, iniciando a pulsoterapia com metilprednisolona 1g por 3 dias, seguindo com prednisona. Permaneceu com seguimento nefrológico com melhora da proteinúria, porém mantendo hematúria microscópica. Após 8 anos, uma ultrassonografia abdominal total revelou cistos simples em rim esquerdo que apresentaram crescimento progressivo e optou-se por suspender o corticoesteroide e por solicitar uma ressonância magnética que evidenciou fístula arteriovenosa adquirida e aneurisma venoso renais. O paciente foi encaminhado para tratamento cirúrgico vascular da lesão adquirida tardiamente após a biópsia renal percutânea. Foi solicitada arteriografia e angiotomografia, por qual esta última revelou a malformação vascular arteriovenosa renal e uma dilatação aneurismática, no aspecto inferolateral do rim. A lesão foi cateterizada com microcateteres reforçados sendo a embolização realizada com molas de destacamento controlado e com o sistema embólico líquido Onyx®. O paciente teve excelente recuperação pós-operatória e recebeu alta em 48h. A angiotomografia de controle, realizada após 6 meses de seguimento, demonstrou oclusão total do aneurisma e preservação da circulação renal distal. Os pseudoaneurismas que, na grande maioria dos casos, evoluem com fistulização arteriovenosa renal têm como tratamento de primeira linha a embolização arterial em pacientes hemodinamicamente estáveis ou instáveis, uma técnica minimamente invasiva que apresenta reduzida morbimortalidade e eficácia crescente ao preservar a função renal.