{"title":"CRISE DE REGULAÇÃO DO SISTEMA DE CRÉDITO E CRISE SISTÊMICA NO CAPITALISMO NEOLIBERAL","authors":"P. Brandão, Sidney Barros Miranda","doi":"10.18542/CEPEC.V4I7-12.6889","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A crise que se abateu sobre o capitalismo mundial em meados de 2007 e 2008 a partir do estouro da bolha imobiliária nos chamados mercados subprime norte-americanos se nos afigura enquanto um ponto de ruptura na dinâmica dos acontecimentos que marcavam o predomínio até então de uma determinada estrutura de poder de classe nos moldes do chamado ideário neoliberal. A supremacia da esfera financeira sobre os circuitos de geração de valor real na economia evidenciados nas últimas duas décadas é emblemático de uma nova lógica hegemônica no âmbito do capitalismo mundial, que se alinha com uma série de transformações delineadas sobretudo a partir da falência do chamado Estado de Bem Estar Social ainda na década de 70. O arcabouço teórico marxista compreendendo a mecânica do desenvolvimento dos modernos sistemas de crédito nos dá ferramentas teóricas que possibilitam a compreensão da crise enquanto um corolário subjacente à multiplicação dos circuitos de circulação monetário-financeira, cujas contradições que lhe são intrínsecas concorrem para o engendramento de crises como a atual, em que a deflação de ativos e a superprodução de mercadorias sem a devida capacidade de realização são apenas sintomas naturais de uma determinada etapa de expansão do capitalismo, mediada por processos históricos específicos.","PeriodicalId":293576,"journal":{"name":"Cadernos CEPEC","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos CEPEC","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18542/CEPEC.V4I7-12.6889","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A crise que se abateu sobre o capitalismo mundial em meados de 2007 e 2008 a partir do estouro da bolha imobiliária nos chamados mercados subprime norte-americanos se nos afigura enquanto um ponto de ruptura na dinâmica dos acontecimentos que marcavam o predomínio até então de uma determinada estrutura de poder de classe nos moldes do chamado ideário neoliberal. A supremacia da esfera financeira sobre os circuitos de geração de valor real na economia evidenciados nas últimas duas décadas é emblemático de uma nova lógica hegemônica no âmbito do capitalismo mundial, que se alinha com uma série de transformações delineadas sobretudo a partir da falência do chamado Estado de Bem Estar Social ainda na década de 70. O arcabouço teórico marxista compreendendo a mecânica do desenvolvimento dos modernos sistemas de crédito nos dá ferramentas teóricas que possibilitam a compreensão da crise enquanto um corolário subjacente à multiplicação dos circuitos de circulação monetário-financeira, cujas contradições que lhe são intrínsecas concorrem para o engendramento de crises como a atual, em que a deflação de ativos e a superprodução de mercadorias sem a devida capacidade de realização são apenas sintomas naturais de uma determinada etapa de expansão do capitalismo, mediada por processos históricos específicos.