{"title":"Corrupção e religiosidade: uma análise cross-country mediada pela qualidade da contabilidade","authors":"S. Santos, Sirlei Lemes","doi":"10.14393/UFU.DI.2021.270","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"RESUMO O objetivo deste artigo foi identificar a associação da religiosidade com a corrupção, mediada pela qualidade da contabilidade. Estudos examinaram as relações entre religiosidade e qualidade da contabilidade, religiosidade e corrupção, e qualidade da contabilidade e corrupção. Não foram identificadas evidências do papel combinado da religiosidade e da qualidade da contabilidade na corrupção. O estudo contribui para o entendimento da influência da religiosidade como norma social na decisão dos gestores, o que, consequentemente, impacta a qualidade da contabilidade e a corrupção, ampliando o conhecimento sobre os mecanismos capazes de afetar a corrupção. Fundamentando-se na Teoria das Normas Sociais e respaldando-se em estudos sobre a relação entre religiosidade e qualidade da contabilidade, que também se ampararam nessa teoria, foi possível discutir a influência da religiosidade nas decisões dos gestores, com reflexos na qualidade da contabilidade e na corrupção. A amostra é formada por 36 países. Para o tratamento dos dados do período de 2010 a 2014, foi utilizada a modelagem de caminho por mínimos quadrados parciais. Evidências apontaram que maior religiosidade está associada à menor qualidade da contabilidade e que, em conjunto, associam-se com maior corrupção. O resultado pode ser explicado pelo coletivismo, característica de ambientes mais religiosos. Ele favorece o desenvolvimento do conluio, o qual tem potencial para prejudicar a qualidade da contabilidade e facilitar a ocorrência de corrupção. Além disso, ambientes mais religiosos estão associados a menor monitoramento, o que pode encorajar a manipulação de informações contábeis e a corrupção. O estudo demonstra que o efeito combinado da religiosidade com a qualidade da contabilidade no combate à corrupção não se apresentou eficiente. As evidências permitem, ainda, avaliar a influência da religiosidade nas decisões dos gestores, como norma social, com reflexos na qualidade da contabilidade e na corrupção.","PeriodicalId":251378,"journal":{"name":"Revista Contabilidade & Finanças","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-05-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Contabilidade & Finanças","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14393/UFU.DI.2021.270","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
RESUMO O objetivo deste artigo foi identificar a associação da religiosidade com a corrupção, mediada pela qualidade da contabilidade. Estudos examinaram as relações entre religiosidade e qualidade da contabilidade, religiosidade e corrupção, e qualidade da contabilidade e corrupção. Não foram identificadas evidências do papel combinado da religiosidade e da qualidade da contabilidade na corrupção. O estudo contribui para o entendimento da influência da religiosidade como norma social na decisão dos gestores, o que, consequentemente, impacta a qualidade da contabilidade e a corrupção, ampliando o conhecimento sobre os mecanismos capazes de afetar a corrupção. Fundamentando-se na Teoria das Normas Sociais e respaldando-se em estudos sobre a relação entre religiosidade e qualidade da contabilidade, que também se ampararam nessa teoria, foi possível discutir a influência da religiosidade nas decisões dos gestores, com reflexos na qualidade da contabilidade e na corrupção. A amostra é formada por 36 países. Para o tratamento dos dados do período de 2010 a 2014, foi utilizada a modelagem de caminho por mínimos quadrados parciais. Evidências apontaram que maior religiosidade está associada à menor qualidade da contabilidade e que, em conjunto, associam-se com maior corrupção. O resultado pode ser explicado pelo coletivismo, característica de ambientes mais religiosos. Ele favorece o desenvolvimento do conluio, o qual tem potencial para prejudicar a qualidade da contabilidade e facilitar a ocorrência de corrupção. Além disso, ambientes mais religiosos estão associados a menor monitoramento, o que pode encorajar a manipulação de informações contábeis e a corrupção. O estudo demonstra que o efeito combinado da religiosidade com a qualidade da contabilidade no combate à corrupção não se apresentou eficiente. As evidências permitem, ainda, avaliar a influência da religiosidade nas decisões dos gestores, como norma social, com reflexos na qualidade da contabilidade e na corrupção.