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Abstract
O psiquiatra francês Georges Lantéri-Laura utilizou-se do conceito de “paradigma”, trabalhado por T. S. Kuhn, para dar conta da racionalidade e da história da psicopatologia. No seu Ensaio sobre os paradigmas da psiquiatria moderna, Lantéri-Laura estabeleceu três paradigmas, situados entre o final do século XVIII e o final do século XX. O primeiro paradigma tem em seu centro a ideia de alienação mental. O segundo trabalha com a noção de que existem as doenças mentais. O terceiro vale-se da noção de estrutura e define as grandes estruturas psicopatológicas. Dessa forma, este ensaio teórico teve como ponto de partida a revisão histórica das tradições psiquiátricas realizada por Lantéri-Laura, buscando avançar e incluir as discussões contemporâneas na proposta de defender um quarto paradigma psiquiátrico orientado pelo conceito de síndrome. Nesse estudo é possível identificar duas lógicas psicopatológicas bastante distintas – uma psicanalítica e outra comportamental –, na qual se funda o Diagnostic and statistic manual of mental disorders (DSM), manual da Associação Americana de Psiquiatria (APA). Para tal fez-se necessária a elaboração de um breve contexto da DSM e de suas cinco edições sobre as principais críticas a esse sistema classificatório. Por fim, discute-se o destino do sistema DSM em face dos novos sistemas diagnósticos emergentes e se conclui que a psicopatologia é um campo diacrônico, em que as mudanças e as atualizações são constantes e necessárias.