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Abstract
Os debates da economia política sobre o papel da ciência no sistema capitalista têm sido cruciais em centralizar as universidades como instituições imbricadas nas dinâmicas de poder da política internacional e global. Entretanto, como a parte da leitura crítica das Relações Internacionais (RI) tem demonstrado, o colonialismo é um fator fundamental na consolidação das universidades como polos de poder; ainda que este seja sido um elemento pouco debatido na análise convencional da economia política sobre os processos do conhecimento acadêmico. Considerando este cenário teórico, o presente artigo propõe uma revisão bibliográfica do conceito de economia política do conhecimento, na tentativa de analisar os processos acadêmicos ligados ao avanço da dinâmica capitalista. Esta revisão explora, porém, o potencial analítico deste conceito ao abarcar o papel do colonialismo na composição da atividade científica. O argumento central a ser explorado é de que, sem dar conta do colonialismo, a economia política do conhecimento acaba concebendo o compromisso das universidades com o bem público como natural e ontológico, o que oblitera a análise dos processos de exclusão e violência que são mantidos pela articulação das universidades ao processo produtivo, porém operacionalizados, mais precisamente, pela via do mercado. Por isso, o artigo propõe, ainda uma rearticulação do conceito de economia política do conhecimento baseado nas reflexões de Rivera Cusicanqui sobre a operação do colonialismo pelas instituições acadêmicas.