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Abstract
Na República Platão teria chegado ao cume de uma querela antiga (diafora palaias): a que envolve a poesia e a filosofia. No §607b vemos a poesia ser expulsa da polis. O verbo de que o filósofo se utiliza não deixa dúvidas: trata-se da expressão apostelemon ek, onde ek desempenha a função de advérbio de lugar — para fora. “Ek tes poleus apestelomen" pode significar “banir para fora da cidade". Diz Sócrates então: "Deve ser rememorado (anamnesteisin) que a poesia deve ser expulsa da polis: pelo λόγος.”(§607a) Na frase seguinte à famosa expulsão, no entanto, o filósofo reconsidera. Diz que se acaso os amantes da poesia puderem defendê-la, em sendo esta defesa “sagrada (ὅσιον) e verdadeira” (ἀληθὲς)” a poesia poderá ser acolhida (καταδέχομαι) em Kallipolis.