S. R. Rocha, T. M. C. Studart, M. M. Portela, Rogério S. STUDART FILHO, Alessandra de Mensurado Pires
{"title":"Água Virtual e gestão de recursos hídricos: Reflexões sobre a pauta de exportação de produtos agrícolas no semiárido brasileiro","authors":"S. R. Rocha, T. M. C. Studart, M. M. Portela, Rogério S. STUDART FILHO, Alessandra de Mensurado Pires","doi":"10.5894/rh42n2-cti4","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente estudo estimou a pegada hídrica azul, verde e cinzenta dos principais produtos agrícolas da pauta de exportação do Estado do Ceará, no Semiárido Brasileiro, no período 1997 a 2012. Conclui-se que praticamente toda a água virtual exportada em produtos agrícolas pelo Ceará é proveniente da cadeia produtiva da castanha de caju, tanto pela grande quantidade exportada, como pela sua elevada pegada hídrica total. Felizmente, 72% da água virtual requerida na sua produção é água verde. O caso da castanha de caju evidencia que a água verde precisa de ser também urgentemente incorporada na gestão da água, eventualmente, através de técnicas de irrigação mais eficientes ou destinadas a reduzir a evapotranspiração do solo (como por exemplo o mulche). Este último aspeto é tanto mais relevante, quanto o Ceará executa há quase 30 anos uma política de gestão de recursos hídricos considerada exemplar no Brasil, contudo, sem nunca ter atendido à água virtual como uma nova dimensão do problema. A metodologia que se apresenta, para além de chamar a atenção para o problema da gestão dos recursos hídricos em zonas semiáridas e para a relevância da compreensão e da quantificação das transferências do recurso inerentes à exportação de produtos agrícolas (designadamente nas componentes azul, verde e cinzenta que constituem a água virtual), pode ser replicada a contextos afins, como os que ocorrem em algumas Ilhas de Cabo Verde. Palavras-chave: Água virtual; pegada hídrica; castanha de caju, Ceará.","PeriodicalId":314492,"journal":{"name":"Revista Recursos Hídricos","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Recursos Hídricos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5894/rh42n2-cti4","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 1
Abstract
O presente estudo estimou a pegada hídrica azul, verde e cinzenta dos principais produtos agrícolas da pauta de exportação do Estado do Ceará, no Semiárido Brasileiro, no período 1997 a 2012. Conclui-se que praticamente toda a água virtual exportada em produtos agrícolas pelo Ceará é proveniente da cadeia produtiva da castanha de caju, tanto pela grande quantidade exportada, como pela sua elevada pegada hídrica total. Felizmente, 72% da água virtual requerida na sua produção é água verde. O caso da castanha de caju evidencia que a água verde precisa de ser também urgentemente incorporada na gestão da água, eventualmente, através de técnicas de irrigação mais eficientes ou destinadas a reduzir a evapotranspiração do solo (como por exemplo o mulche). Este último aspeto é tanto mais relevante, quanto o Ceará executa há quase 30 anos uma política de gestão de recursos hídricos considerada exemplar no Brasil, contudo, sem nunca ter atendido à água virtual como uma nova dimensão do problema. A metodologia que se apresenta, para além de chamar a atenção para o problema da gestão dos recursos hídricos em zonas semiáridas e para a relevância da compreensão e da quantificação das transferências do recurso inerentes à exportação de produtos agrícolas (designadamente nas componentes azul, verde e cinzenta que constituem a água virtual), pode ser replicada a contextos afins, como os que ocorrem em algumas Ilhas de Cabo Verde. Palavras-chave: Água virtual; pegada hídrica; castanha de caju, Ceará.