{"title":"FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA FALCIFORME: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA","authors":"Tereza Gomes Loureiro Gayoso, Lais Maia Raposo, Sabrina Gomes Oliveira","doi":"10.51161/hematoclil/94","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A Anemia Falciforme (AF) é uma doença hematológica e hereditária, acometendo cerca de 300.000 recém-nascidos anualmente. É causada pela mudança genética da hemoglobina e resulta na mutante hemoglobina S (HbS) em homozigose; a mutação da HbS resulta na expressão patológica da AF. Por conseguinte, essas alterações nos eritrócitos contribuem para o acometimento dos principais mecanismos vaso-oclusivos da doença. Dessa forma, os pacientes com AF possuem distúrbios crônicos e degenerativos que reduzem sua expectativa de vida. A fisiopatologia está relacionada tanto com a polimerização e falcização das hemácias quanto com vasculopatia da AF; além disso, citocinas pró-inflamatórias possuem papel fundamental no distúrbio multissistêmico dessa doença. Objetivos: Esclarecer os mecanismos fisiopatológicos na Anemia Falciforme. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica em que foram realizadas buscas online nas plataformas BVS e PUBMED, filtrando as publicações dos últimos 10 anos para serem selecionadas de acordo com a identificação com o tema proposto. Resultados: A substituição da valina apolar por ácido glutâmico - carregado negativamente na superfície da cadeia B-globina - ocasiona a polimerização da hemoglobina falciforme desoxigenada e anormal. Assim, devido à diminuição de oxigênio, a HbS é responsável pela polimerização dos glóbulos vermelhos e sua deformação em formato de foice, gerando a falcização celular - fator que leva à fragilidade da membrana, hemólise e vaso-oclusão (VO). Nesse contexto, a VO é resultante dessa disfunção vascular devido ao aumento da viscosidade do sangue, bem como, a hemólise intravascular acelera a eritropoiese e é fonte de moléculas inflamatórias que participam do início e da amplificação da oclusão dos vasos sanguíneos na AF. Ademais, os drepanócitos concentram espécies reativas de oxigênio (ERO), que viabilizam o estresse oxidante. Enquanto ocorre esse processo, as células apoptóticas e necróticas liberam citocinas pró-inflamatórias que podem gerar altos níveis de ERO intravasculares, contribuindo para o microambiente oxidativo. É importante ressaltar que neutrófilos, monócitos e células endoteliais contribuem para gerar esses mediadores. Conclusão: Os fatores primordiais para o acometimento da AF são a polimerização, falcização, vaso-oclusão e citocinas pró-inflamatórias, os quais fazem parte da fisiopatologia dessa doença que afeta múltiplos órgãos.","PeriodicalId":212401,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","volume":"33 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/hematoclil/94","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Introdução: A Anemia Falciforme (AF) é uma doença hematológica e hereditária, acometendo cerca de 300.000 recém-nascidos anualmente. É causada pela mudança genética da hemoglobina e resulta na mutante hemoglobina S (HbS) em homozigose; a mutação da HbS resulta na expressão patológica da AF. Por conseguinte, essas alterações nos eritrócitos contribuem para o acometimento dos principais mecanismos vaso-oclusivos da doença. Dessa forma, os pacientes com AF possuem distúrbios crônicos e degenerativos que reduzem sua expectativa de vida. A fisiopatologia está relacionada tanto com a polimerização e falcização das hemácias quanto com vasculopatia da AF; além disso, citocinas pró-inflamatórias possuem papel fundamental no distúrbio multissistêmico dessa doença. Objetivos: Esclarecer os mecanismos fisiopatológicos na Anemia Falciforme. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica em que foram realizadas buscas online nas plataformas BVS e PUBMED, filtrando as publicações dos últimos 10 anos para serem selecionadas de acordo com a identificação com o tema proposto. Resultados: A substituição da valina apolar por ácido glutâmico - carregado negativamente na superfície da cadeia B-globina - ocasiona a polimerização da hemoglobina falciforme desoxigenada e anormal. Assim, devido à diminuição de oxigênio, a HbS é responsável pela polimerização dos glóbulos vermelhos e sua deformação em formato de foice, gerando a falcização celular - fator que leva à fragilidade da membrana, hemólise e vaso-oclusão (VO). Nesse contexto, a VO é resultante dessa disfunção vascular devido ao aumento da viscosidade do sangue, bem como, a hemólise intravascular acelera a eritropoiese e é fonte de moléculas inflamatórias que participam do início e da amplificação da oclusão dos vasos sanguíneos na AF. Ademais, os drepanócitos concentram espécies reativas de oxigênio (ERO), que viabilizam o estresse oxidante. Enquanto ocorre esse processo, as células apoptóticas e necróticas liberam citocinas pró-inflamatórias que podem gerar altos níveis de ERO intravasculares, contribuindo para o microambiente oxidativo. É importante ressaltar que neutrófilos, monócitos e células endoteliais contribuem para gerar esses mediadores. Conclusão: Os fatores primordiais para o acometimento da AF são a polimerização, falcização, vaso-oclusão e citocinas pró-inflamatórias, os quais fazem parte da fisiopatologia dessa doença que afeta múltiplos órgãos.