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Abstract
A investigação com crianças, no âmbito dos estudos da criança, tem vindo a consolidar-se ao longo das últimas três décadas, sendo que neste percurso têm sido dados passos significativos para respeitar a imagem da criança enquanto sujeito ativo de direitos.
Alguns desses passos têm acentuado a importância de, nos processos de pesquisa, se respeitar, quer a autoria da criança, mobilizando para tal metodologias amigáveis que se sustentam nas linguagens diversas que as crianças utilizam para comunicar, quer a necessária proteção das mesmas, sendo a este propósito muito significativa a discussão sobre modos responsáveis de respeitar a criança, a visibilidade das suas vozes e imagens.
Neste texto pretendemos trazer uma discussão sobre modos de desenvolvimento de pesquisa com crianças, que respeitando a sua autoria, respeitem também a sua integridade e bem-estar.
Para tal, desenvolvemos uma reflexão inicial sobre métodos de pesquisa com crianças em geral e sobre metodologias visuais em particular e as necessárias articulações com uma relação ética indispensável em todo o processo de pesquisa. Questionamos, depois, os modos como os pesquisadores utilizam as imagens de crianças e com crianças, avançando com algumas tendências, decorrentes da análise desenvolvida à forma como as mesmas têm vindo a ser apresentadas nos relatórios de pesquisa, das quais destacamos a imagem da criança-fantasma, sustentando-se neste artigo a pungente necessidade de defender a imagem da criança-sujeito.
Apresentamos, finalmente, um conjunto de contributos que nos ajudem a pensar eticamente o uso de imagens na investigação com crianças, de modo a respeitarmos a criança enquanto participante e autora, num profundo respeito pelos seus direitos