Tiara Lange Felipe Oliveira Camilo, R. Gomes, Lorena Farias da Silva, Rafaela Vieira de Souza
{"title":"A IMPORTÂNCIA DA TRIAGEM PARA DETECÇÃO DA DEFICIENCIA DE GLICOSE-6-FOSFATO-DESIDROGENASE EM ÁREAS ENDÊMICAS DE MALÁRIA NO BRASIL","authors":"Tiara Lange Felipe Oliveira Camilo, R. Gomes, Lorena Farias da Silva, Rafaela Vieira de Souza","doi":"10.51161/hematoclil/142","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"INTRODUÇÃO: A deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD) enzima citoplasmática dos eritrócitos, responsável pela proteção das hemácias contra ações oxidantes, é uma anormalidade predominante na população negra, tendo padrão de herança recessivo ligado ao cromossomo X, acometendo homens hemizigóticos, podendo ocorrer também em mulheres homozigóticas. É geralmente assintomática, podendo ser desencadeada por fatores que levam ao estresse oxidante, como os antimaláricos. OBJETIVOS: Elencar a importância da realização prévia de exames que possam indicar a deficiência de g6pd em pacientes com diagnóstico de malária. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Foram encontrados quinze artigos, sendo selecionados oito artigos para compor a revisão, para a inclusão considerou-se os artigos publicados eletronicamente nos últimos cinco anos, em concordância com os Descritores em Ciência em Saúde (DeCS), através da consulta de artigos científicos publicados no período de 2018 à 2021, com auxílio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), vinculados a base de dados PubMed e Scielo. RESULTADOS: No Brasil cerca de 90% dos casos diagnosticados segundo o boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, possui Plasmodium vivax como o mais comum. Devido aos agravos que pode trazer ao portador da deficiência de G6PD, tornando-se um problema para a saúde pública. O Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM) é responsável pelo tratamento e diagnóstico da doença e o exame para a detecção da G6PD não consta na solicitação padrão para diagnóstico. O uso da primaquina, medicamento antimalárico tem elevado risco de promover o quadro de hemólise no portador da deficiência, assim o diagnóstico da g6pd ainda na triagem poderia levar a uma conduta diferente que não pudesse causar danos ao indivíduo. A intensidade da hemólise apresentada varia de acordo com o grau de deficiência de G6PD, o tempo de uso do medicamento, a ação no organismo e a dosagem utilizada. Além do quadro de hemólise os pacientes tendem a apresentar falência renal aguda, podendo ir a óbito. CONCLUSÃO: É preciso que o diagnóstico da deficiência de G6PDd em populações multiétnicas seja realizado antes da administração de medicamentos antimaláricas, que acarretam alto potencial hemolítico, visando assim um tratamento adequado e seguro para estes indivíduos.","PeriodicalId":212401,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/hematoclil/142","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
INTRODUÇÃO: A deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD) enzima citoplasmática dos eritrócitos, responsável pela proteção das hemácias contra ações oxidantes, é uma anormalidade predominante na população negra, tendo padrão de herança recessivo ligado ao cromossomo X, acometendo homens hemizigóticos, podendo ocorrer também em mulheres homozigóticas. É geralmente assintomática, podendo ser desencadeada por fatores que levam ao estresse oxidante, como os antimaláricos. OBJETIVOS: Elencar a importância da realização prévia de exames que possam indicar a deficiência de g6pd em pacientes com diagnóstico de malária. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Foram encontrados quinze artigos, sendo selecionados oito artigos para compor a revisão, para a inclusão considerou-se os artigos publicados eletronicamente nos últimos cinco anos, em concordância com os Descritores em Ciência em Saúde (DeCS), através da consulta de artigos científicos publicados no período de 2018 à 2021, com auxílio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), vinculados a base de dados PubMed e Scielo. RESULTADOS: No Brasil cerca de 90% dos casos diagnosticados segundo o boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, possui Plasmodium vivax como o mais comum. Devido aos agravos que pode trazer ao portador da deficiência de G6PD, tornando-se um problema para a saúde pública. O Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM) é responsável pelo tratamento e diagnóstico da doença e o exame para a detecção da G6PD não consta na solicitação padrão para diagnóstico. O uso da primaquina, medicamento antimalárico tem elevado risco de promover o quadro de hemólise no portador da deficiência, assim o diagnóstico da g6pd ainda na triagem poderia levar a uma conduta diferente que não pudesse causar danos ao indivíduo. A intensidade da hemólise apresentada varia de acordo com o grau de deficiência de G6PD, o tempo de uso do medicamento, a ação no organismo e a dosagem utilizada. Além do quadro de hemólise os pacientes tendem a apresentar falência renal aguda, podendo ir a óbito. CONCLUSÃO: É preciso que o diagnóstico da deficiência de G6PDd em populações multiétnicas seja realizado antes da administração de medicamentos antimaláricas, que acarretam alto potencial hemolítico, visando assim um tratamento adequado e seguro para estes indivíduos.