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Abstract
O polémico estabelecimento da Igreja Universal do Reino de Deus em Portugal deu ensejo a uma cobertura jornalística durante a década de 1990, em que acusações de crimes graves — de charlatanismo a ligações com o narcotráfico e o rapto de crianças — preencheram as páginas dos jornais (G. M. Dias, 2006; R. A. S. Dias, 2016; Farias, 1999; Farias & Santos, 1999; Júnior, 2013; Machado, 2003). Também se observou no discurso jornalístico do período a associação da Igreja a estereótipos sobre o Brasil e os brasileiros e a referência às telenovelas brasileiras, então bastante populares no país. Com o objetivo de observar se estas características se mantiveram ao longo dos anos, analisámos peças publicadas pelos jornais de referência Público e Expresso no início do século XXI (2001 e 2002), em 2010 e em 2017. Inspirada pela análise crítica do discurso e a análise de enquadramentos, e com o suporte teórico da teoria das representações sociais, tal análise permitiu-nos concluir que se mantém as características identificadas nos anos 1990 na cobertura da Igreja, embora a sua presença mediática se tenha atenuado. Por sua vez, a referência às telenovelas revela-se na tessitura do discurso jornalístico, com uma hibridez entre os géneros melodrama e informativo.